Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Universidade de Duke, na Carolina do Norte (EUA), aponta que o desmatamento na Mata Atlântica aumenta em períodos eleitorais no Brasil. Há um crescimento de 3.652 de hectares degradados nos anos de eleições federais e estaduais e 4.409 nas eleições municipais, segundo a análise.
O estudo cita que o Brasil é potencialmente vulnerável a ciclos políticos de desmatamento por conta das extensas florestas e jovem sistema democrático e que o financiamento de campanhas pode confundir os limites entre apoio político, busca de renda e corrupção.
O estudo, publicado em 27 de junho pela revista científica Conservation Letters, analisou dados de 2.253 cidades brasileiras com zonas do bioma durante os anos de 1991 a 2014. Foi observado que a área média desmatada em um ano é de 136.468 hectares, mas os efeitos diminuíram com o tempo e não estão claramente presentes em períodos mais recentes.
Porém, municípios com maior desmatamento são mais impactados nas eleições federais e estaduais, enquanto cidades com pouco desflorestamento sofrem mais durante as eleições municipais.
Alinhamentos políticos também podem afetar o grau de preservação da Mata Atlântica em períodos eleitorais.
A pesquisa indica que as taxas de degradação são maiores durante os anos de eleição federal e estadual para os casos em que o partido do governador pertence à coalizão do presidente da República. Em uma escala menor, também há aumento de degradação em municípios com pouco desmatamento quando o prefeito e o governador pertencem ao mesmo partido.
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