Moradores do município de Santo Antônio, no Rio Grande do Norte, presenciaram um ato de violência brutal contra uma vizinha, na noite desta quinta-feira (15/7): um policial militar que atendia a uma ocorrência de violência doméstica agrediu a vítima, que estava com um bebê no colo, e a chamou de “cachorra”.
Em vídeo feito pelas testemunhas e compartilhado nas redes sociais, é possível ver que a mulher com a criança no braço no momento em que o policial desferiu diversos tapas e a derrubou no chão. A agressão ocorreu após o policial “se irritar” com o pedido da mulher de não bater no irmão, denunciado por ela pois estava descontrolado e agressivo dentro de casa.
“Peraí, ninguém precisa bater nele não”, gritou a mulher, que estava fora da residência, ao correr para impedir os policiais. Ela entrou na casa e é possível ouvir uma discussão. Depois, o policial que irá cometer a agressão diz que ela “tem que apanhar mesmo”. “Meta a mão mesmo. Bate nessa ‘cachorra’. Meta! Essa ‘cachorra’ tem que apanhar mesmo”, diz.
Ainda dentro da casa, a mulher diz que “não é bem assim” e o policial retruca que “é flagrante e que irá fazer o procedimento”. Depois, o militar sai da casa, acompanhado de mais cinco homens, e continua a dizer que ela merece apanhar.
“Eu não sou ‘cachorra’ não, graças a Deus. ‘Cachorro’ pode ser o senhor, agora eu não”, responde a mulher. Irado, ele se vira para a mulher e manda que ela o respeite, se não “quem dá na sua cara sou eu”. É o momento em que ele desfere o primeiro tapa no rosto da mulher, enquanto ela ainda está com o bebê no colo. “Não dê em mim não. Respeite meu filho, seu cachorro!”, grita a mulher.
Em poucos segundos, o policial começa a dar mais tapas na mulher e a empurrá-la. Um outro policial tira a criança dos braços da mãe, logo antes dela ser derrubada no chão pelo agressor. O bebê, de colo, começa a chorar enquanto a mãe grita falando para o policial parar. Nenhum dos outros militares apartou a situação.
Por ser muito violento, optamos por não divulgar a gravação.
Em entrevista ao telejornal RN1, o comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Coronel Alarico Azevedo, disse que determinou o afastamento dos policiais das ruas.
"Lamentamos o que ocorreu e determinamos que eles fossem afastados do serviço operacional, eles vão prestar seus serviços na sede do batalhão. Após a apuração dos fatos vamos verificar quais serão as providências tomadas administrativamente e até penal", disse. Procurada pelo Correio, a Polícia Militar não respondeu aos questionamentos feitos pela redação até a publicação desta matéria.
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