Vacinação contra a covid-19

Anvisa autoriza estudo sobre terceira dose da vacina da AstraZeneca

O órgão já havia dado aval à um estudo semelhante, da Pfizer, em junho. Até o momento, ainda não há estudos conclusivos sobre o assunto no Brasil

Israel Medeiros
postado em 14/07/2021 23:35
 (crédito: LUIS ACOSTA)
(crédito: LUIS ACOSTA)

A Anvisa aprovou, nesta quarta-feira (14), um pedido do laboratório AstraZeneca que quer testar os efeitos da aplicação de uma terceira dose naqueles que já foram vacinados contra a covid-19. A autorização veio após o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmar que acredita que algumas vacinas contra a covid-19 precisarão de uma terceira dose.

O órgão esclareceu que não há, ainda, estudos conclusivos sobre a necessidade de uma terceira dose de reforço para os imunizantes em uso no Brasil, mas revelou que já recebeu dois pedidos de autorização para pesquisas clínicas sobre o assunto – sendo um deles o da AstraZeneca.

Segundo a Anvisa, o laboratório desenvolveu uma segunda versão da vacina atualmente distribuída no Brasil em busca da imunidade contra a variante da África do Sul. O estudo autorizado prevê a vacinação com a nova versão do imunizante.

“Um dos braços do estudo prevê que uma dose da nova versão da vacina (AZD 2816) será aplicada em pessoas que foram vacinadas com duas doses da versão atual da AstraZeneca (AZD1222) ou duas doses de uma vacina de RNA mensageiro (RNAm) contra covid-19”, pontuou o órgão.

Sendo assim, a terceira dose será aplicada em pessoas cujo exame e monitoramento não identificam a produção de anticorpos capazes de atuar contra o novo coronavírus. O estudo da AstraZeneca foi autorizado nesta quarta-feira (14/7).

O outro estudo aprovado e já em andamento é conduzido pela Pfizer/BioNTech. A Anvisa explicou que, no estudo, a dose de reforço do imunizante será aplicada em pessoas que foram vacinadas com a segunda dose há pelo menos seis meses. A Agência deu aval para a realização do estudo no dia 18 de junho.

O órgão revelou que está acompanhando discussões e publicações científicas sobre variantes do novo coronavírus e a eficácia das vacinas e esclareceu que “todas as vacinas autorizadas no Brasil garantem proteção contra doença grave e morte”.

Necessidade de terceira dose

Na última terça-feira (13), o presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, disse, em um evento virtual, que acredita que “algumas vacinas terão a necessidade de uma terceira dose”.

“É estudado no mundo inteiro. O mundo inteiro está debruçado nisso, e o objetivo é obter a imunização segura e mais duradoura”, disse ele. Em junho, um estudo da Universidade de Oxford, corresponsável pela produção da vacina produzida pela AstraZeneca, apontou que uma terceira dose aumenta a imunidade ao novo coronavírus. O Reino Unido já estuda aplicar uma dose de reforço.

Barra Torres citou, também, a possibilidade de intercâmbio de vacinas (quando a primeira dose é de uma fabricante e a segunda, de outra). “A atividade reguladora não é a locomotiva desse processo. Ela é vagão. Vamos a reboque do desenvolvedor ou do pesquisador que nos apresentar suas conclusões, para que possamos avaliar e referendar”, afirmou, na ocasião.

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