O estado e a cidade do Rio de Janeiro continuarão com a vacinação cruzada, também chamada de intercambialidade entre vacinas, que utiliza dois tipos diferentes de imunizantes para as grávidas. O procedimento vale para as mulheres que foram imunizadas com a primeira dose da vacina Oxford/AstraZeneca.
Por meio da Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde, a Secretaria de Estado de Saúde (SES), informou que, neste momento, vai manter a deliberação conjunta pactuada com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) sobre a vacinação cruzada em gestantes.
"A medida foi tomada após consulta ao grupo de apoio técnico de especialistas e epidemiologista da secretaria e do comitê científico da prefeitura do Rio de Janeiro. Além disso, os estados têm autonomia para tomar suas decisões, após pactuação bipartite", informou, em nota.
Capital
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, disse que a preocupação é garantir a proteção das gestantes, uma vez que muitas morreram e foram internadas por covid-19. Segundo ele, esse foi o motivo do comitê científico da prefeitura ter definido que as gestantes continuam sendo vacinadas, só que com uma segunda vacina diferente com a vacina da Pfizer.
"A atitude de liberar a vacina heteróloga [vacinas diferentes] é correta e a gente vai manter. A Secretaria de Estado de Saúde nos acompanhou nessa atitude e outras secretarias de estado também", disse, durante a apresentação hoje (9) do 27º Boletim Epidemiológico.
Soranz alertou que é importante que as gestantes com comorbidades combinem com os obstetras e assinem o termo de consentimento livre e esclarecido para receber a vacina. O secretário acrescentou que também as pessoas que tiveram reação grave na primeira dose da AstraZeneca podem receber a segunda dose de um imunizante.
Segundo o secretário, é fundamental completar o esquema terapêutico, porque a proteção ocorre com as duas doses. "Para proteger as pessoas, o município do Rio dá a opção para quem teve reação grave e grávidas, que tomaram a AstraZeneca e não podem tomar a segunda com a mesma vacina, de se vacinarem. Esse é o nosso objetivo", explicou.
O secretário afirmou, ainda, que essas gestantes que tomaram AstraZeneca são pessoas com comorbidade, têm maior risco de adoecer gravemente e vir a falecer por covid-19. "A opção de fazer a segunda dose com a Pfizer é correta e já utilizada em vários locais, e o Rio de Janeiro dá essa opção para as grávidas tomarem esta decisão junto com os seus obstetras", completou.
Ontem (8), em entrevista, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recomendou que as gestantes que já receberam a primeira dose da AstraZeneca completem a imunização com a mesma vacina após o puerpério [fase pós-parto] de 45 dias.
Segundo a secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, até ontem, o Brasil já tinha vacinado 48 mil grávidas com a AstraZeneca, 201 mil com a Pfizer e 63 mil com a Butantan.
Na cidade do Rio de Janeiro, no fim de junho, a Secretaria Municipal de Saúde passou a completar a imunização das gestantes - que tomaram inicialmente a vacina AstraZeneca - com a Pfizer na segunda dose, 12 semanas após a primeira dose. A medida seguiu a recomendação do Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 (Ceec).
Vacinação
Na cidade do Rio, conforme o calendário, hoje estão sendo imunizados os homens com 40 anos. Amanhã, será a repescagem para as pessoas com 40 anos ou mais. Para a semana que vem está prevista a vacinação das faixas de idade entre 39 e 37 anos com homens e mulheres em dias alternados, começando na segunda-feira pelas mulheres.
Além disso, haverá repescagem exclusiva, em todos os dias, para pessoas com deficiência. "As pessoas com deficiência a gente precisa ainda ampliar a cobertura desse público, então, durante a próxima semana de 12 a 17 de julho, a semana toda, preferencialmente no turno da tarde, pessoas com deficiência poderão se vacinar independente da idade", informou o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia.
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