O Ministério da Saúde vai patrocinar uma pesquisa para estudar a intercambialidade de doses das vacinas contra a covid-19, ou seja, a aplicação da primeira dose da vacina de determinada marca e a aplicação da segunda dose de outro imunizante diferente. A informação foi dada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta quinta-feira (8/7), durante coletiva de imprensa sobre vacinação de grávidas e puérperas.
“Hoje mesmo foi aprovada uma pesquisa que o Ministério da Saúde vai patrocinar para estudar a intercambialidade de doses, e essas respostas nós teremos”, disse o cardiologista. Queiroga afirmou que alguns estudos já estão sendo realizados, mas, segundo ele, ainda faltam “evidências mais consistentes” para a adoção dessa medida como estratégia de saúde pública.
“Há motivos que são razoáveis para uma estratégia de intercambialidade, mas, no momento, ainda faltam evidências mais consistentes para avançarmos nesse sentido. É um processo dinâmico que vai sendo construído”, indicou.
Segundo ele, uma das razões que pode fazer com que o ministério adote a estratégia de aplicar doses de diferentes vacinas é aumentar a eficácia da proteção contra o novo coronavírus. Além disso, se comprovada a segurança da medida, seria possível usar duas marcas de imunizantes em situações onde há falta de uma determinada dose.
Alguns países já começaram a recomendar a intercambialidade das doses. Na Alemanha, por exemplo, a indicação é para que as pessoas que receberam a primeira dose da vacina da AstraZeneca tomem a segunda dose de um imunizante de mRNA, como da Pfizer ou Moderna.
Grávidas
O tema foi citado pelo ministro durante a coletiva de imprensa que abordou a vacinação em grávidas e puérperas sem comorbidades. Segundo a recomendação do ministério, as grávidas já vacinadas com a primeira dose da vacina da AstraZeneca devem esperar para tomar a segunda dose após o puerpério e, com isso, completar o esquema vacinal. Estas mulheres não devem tomar a segunda dose de outras vacinas, como esta sendo indicado em alguns estados.
Segundo Queiroga, essa intercambialidade de vacinas não é segura para o grupo de mulheres grávidas e puérperas. “Não há evidência científica acerca de intercambialidade de vacinas em gestantes. Portanto, vamos manter a orientação do Programa Nacional de Imunização (PNI)”, disse.
No estado do Rio de Janeiro, as gestantes e mulheres que tiveram bebês há até 45 dias, que têm comorbidades e tomaram a primeira dose da vacina da AstraZeneca, poderão completar o esquema vacinal com a segunda dose da Pfizer.
Queiroga pediu para que os secretários municipais e estaduais de Saúde não modifiquem as orientações do PNI “por conta própria”. “É claro que secretários estaduais e municipais têm sua autonomia, mas não para mudar o cerne do que foi discutido na política tripartite”, afirmou.
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