O secretário de Turismo, Esporte e Lazer de Maceió, Ricardo Santa Ritta, se envolveu em uma polêmica na noite desta quinta-feira (16/6) ao "descobrir" que usar símbolos que rementam ao nazismo, como a suástica, é crime no Brasil. Em uma publicação no Twitter, o secretário escreveu que "pensava que a liberdade de expressão permitisse" o uso do elemento. Na manhã desta sexta-feira (18/6), a prefeitura de Maceió anunciou que irá desligar Santa Ritta do cargo.
Com a repercussão, Ricardo Santa Ritta tentou se justificar dizendo que realmente não tinha conhecimento da lei e que o post tinha sido uma opinião pessoal. "Achei interessante a discussão sobre liberdade de expressão por consequência disso", escreveu. Em seguida pediu desculpas. "Acredito que nunca me ofendi com opiniões alheias. Mas tenho que entender que há quem se incomode com a minha. Perdão! Desculpa. Apesar de não ter citado ninguém, nem me dirigido a quem quer que seja", disse.
Mais tarde, o perfil do secretário foi desativado, mas prints da publicação já eram compartilhados nas redes sociais com críticas ao agente da prefeitura.
O post repercutiu entre políticos como deputada estadual Cibele Moura (PSDB) e o presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de Alagoas, Geraldo Carvalho.
O governador do Alagoas se manifestou ao responder um comentário. Uma usuária do Twitter disse que Santa Ritta era secretário de Estado e Renan Filho fez a correção.
O comentário foi feito em referência a um vídeo que circulou nas redes sociais nesta quinta-feira em que um homem foi expulso de um shopping de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, por estar usando uma suástica no braço. O símbolo faz alusão ao nazismo, movimento de supremacia branca que matou milhares de judeus. No vídeo, os seguranças tentam retirar o rapaz e ele responde "eu tô na minha liberdade". No Brasil, apologia ao nazismo é crime com punição de 2 a 5 anos de reclusão e pagamento de multa.
Resposta
Em resposta ao Correio, Ricardo Santa Ritta lamentou o episódio e negou ter feito apologia ou apoiado qualquer crime. Leia a resposta: "Infelizmente a má interpretação causou uma avalanche de acusações contra mim. Acredito que o Twitter derrubou minha conta. Não tive direito de responder. Mas em minhas biografia jamais mencionei ser favorável a qualquer tipo de crime. Uma pena eu ter sofrido essa inquisição digital em nível nacional. Estou muito triste, minha família e amigos foram feridos. Em momento algum fiz apologia, apoiei, mencionei como sendo favorável. Terá meu repúdio qualquer ato contra (a) humanidade ou um humano que seja".