Após ignorar diversos e-mails da farmacêutica Pfizer, que ofertavam ao Brasil a vacina contra a covid-19, o governo federal se reuniu, nesta segunda-feira (14/6), com a empresa para pedir a antecipação de doses da vacina Cominarty já adquiridas pelo Ministério da Saúde. A reunião contou com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, que no início do ano chegou a criticar as cláusulas de contrato oferecidas pela Pfizer.
A reunião não estava prevista na agenda do presidente, mas estava na agenda do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que também participou do encontro. Além dele, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, o ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, estavam presentes.
O encontro foi realizado com o presidente da Pfizer da América Latina, Carlos Murillo e com a presidente da Pfizer Brasil, Marta Díez, que participaram da reunião de forma remota. Murillo já foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e revelou no depoimento que enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro e a ministros do governo reforçando a oferta de vacinas ao Brasil em 12 de setembro de 2020. A carta, no entanto, não foi respondida por nenhum dos destinatários.
Agora, a pauta da reunião com a Pfizer foi a antecipação das doses da vacina Cominarty já adquiridas pelo governo federal, segundo o Ministério da Saúde. A pasta fechou dois contratos com a Pfizer para a compra de 200 milhões de vacinas, mas como demorou para oficializar a aquisição do imunizante, a maior parte só será entregue a partir de agosto.
Questionada pelo Correio sobre o teor da reunião, a Pfizer disse que não comenta detalhes das negociações que mantém com o governo brasileiro. Para o mês de junho, são esperadas 12 milhões de doses da vacina Comirnaty.