“Eu perdi minha neta num tiroteio bárbaro, que a gente não tem culpa de nada”, lamentou a avó de Kathlen Romeu, 24 anos, que foi baleada e morta durante uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro na última terça-feira (8/6). A designer de interiores estava grávida de quatro meses e andava com a avó no bairro Lins de Vasconcelos, na Zona Norte da cidade.
“A gente estava indo na firma da minha filha aqui. Quando nós passamos a rua estava tranquila, a rua estava tranquila. Foi tudo muito de repente. A minha neta caiu, começou muito tiro. Quando eu puxei ela caiu. Quando eu olhei, era polícia para tudo que era lado. Eu me machuquei ainda, me joguei para proteger ela, que está grávida. Eu só vi um furo no braço dela e gritei para eles trazerem ela, me ajudarem a trazer. Perdi minha neta e meu bisneto", disse Sayonara de Oliveira, em entrevista a jornalistas horas depois da morte da neta.
Segundo nota da PM, agentes foram atacados por criminosos na localidade conhecida como Beco da 14. Houve confronto e troca de tiros. A polícia informou que Kathlen foi encontrada ferida e chegou a ser levada ao hospital municipal Salgado Filho, onde chegou morta. A avó ainda comentou que a jovem se mudou recentemente do bairro por conta da violência. “Aquela minha rua tá muito perigosa”, completou.
Em postagem, Marcelo Ramos, companheiro de Kathlen, disse: “Aqui só vai ficar saudades e as lembranças de você, a pessoa mais radiante e animada que eu conheci na minha vida, vou vencer por você. Que Deus me dê forças. Eu te amo eternamente”.
Repercussão
O caso ganhou visibilidade nas redes sociais. Entidades e artistas foram a público pedir justiça e responsabilização dos envolvidos na morte de Kathlen. Além disso, institutos lembraram que o ocorrido não é uma exceção e solicitaram a abertura urgente do processo de investigação.
Em protesto durante a tarde de ontem (8/6), moradores do Lins de Vasconcelos interditaram parte da estrada Grajaú-Jacarepaguá, na altura do bairro. O trânsito foi liberado no início da noite.
Críticas
Além de designer de interiores, Kathlen trabalhava como vendedora em uma loja de roupas na região de Ipanema. A empresa publicou uma nota de solidariedade e apoio à família e chegou a utilizar um código de vendas, que destinaria uma quantia de comissão para os familiares. Após críticas do público, a loja retirou o cupom e admitiu o erro, afirmando que “a gravidade do que representou esse ato” foi compreendida.
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