João Teixeira de Faria, o João de Deus, foi condenado nesta terça-feira (25/5) a mais dois anos e meio de reclusão pelo crime de violação sexual mediante fraude contra uma mulher de São Paulo. A decisão foi assinada pelo juiz Renato César Dorta Pinheiro. Segundo o Tribunal de Justiça, com a nova sentença, a pena do ex-líder espiritual por diversos crimes passa de 64 anos. Cabe recurso da decisão.
O homem de 78 anos nega todas as acusações. Inicialmente detido no Complexo Prisional em Aparecida de Goiânia, desde dezembro de 2018, por conta da pandemia, em março de 2020, ele foi autorizado a permanecer em prisão domiciliar na casa que possui em Anápolis.
De acordo com o Tribunal de Justiça, na decisão tomada nesta terça-feira, faziam parte da denúncia 10 mulheres, porém foram descartadas as acusações em nove casos, mantendo o julgamento apenas para um deles.
A defesa de João de Deus se manifestou sobre a decisão e detalhou que a pena pode ser cumprida em regime aberto. "A defesa irá recorrer da referida sentença reforçando a inocência de João de Deus, especialmente por conta da fragilidade das provas apresentadas", informou a nota.
O Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), também por meio de nota, explicou em detalhes os motivos da nova denúncia em favor das 10 vítimas. “Contudo, em razão de não terem oferecido representação pelo crime no prazo de 6 meses após os abusos, o Juízo extinguiu a punibilidade de João Teixeira de Faria em relação a 9 vítimas, sem analisar se os fatos ocorreram ou não, recebendo-se a denúncia tão somente em relação a uma vítima", explica a nota.
Ainda segundo o MPGO, o principal caso levado em conta pela Justiça foram três abusos cometidos contra uma mesma mulher. “O primeiro fato teria ocorrido em junho de 2018, o segundo, em 31 de agosto do mesmo ano, e o último, em 11 de outubro", descreve. João de Deus foi condenado apenas pela primeira ocasião, sendo absolvido das outras duas.
Denúncias
As primeiras denúncias contra João de Deus vieram à tona em dezembro de 2018. Ele é réu em mais de 10 processos que não foram julgados até esta terça-feira (25). E existem outras quatro ações judiciais em fase de recurso no Tribunal de Justiça de Goiás.
As ações penais envolvendo João de Deus envolvem posse ilegal de arma de fogo, com pena de 4 anos em regime semiaberto; crimes sexuais cometidos contra quatro mulheres, com pena de 19 anos em regime fechado; crimes sexuais cometidos contra mais cinco mulheres, com sentença de mais 40 anos em regime fechado; e violação sexual mediante fraude, com dois anos e meio de reclusão, que podem ser cumpridos em regime aberto.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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