Uma tamanduá-bandeira surpreendeu moradores ao aparecer no quintal de uma casa no Bairro Palmital, em Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (12/5). Com a surpresa, os bombeiros foram acionados e o animal chegou a receber atendimento veterinário.
Quem conta o caso é o consultor de vendas Gleison Marcos, de 37 anos. O animal apareceu na casa de seus pais. No momento da aparição inusitada, apenas a mãe, de 70, estava no local.
Quando ela acordou, por volta das 7h30, se deparou com o animal de 2 metros de comprimento no quintal. Assustada, ela ligou para o filho e pediu ajuda.
Imediatamente, Gleison chamou os bombeiros. Quando os militares tentaram contê-lo, o bicho ficou nervoso com a aproximação.
Um dos militares chegou a ter a luva perfurada no contato com a pata, que bateu com força. Felizmente, o bombeiro não teve ferimentos, mas precisou de reforço da Polícia Militar Ambiental para conseguir capturar o tamanduá.
Passado o susto, Gleison conta que ficou surpreso com a presença do papa-formigas.
“Perto da casa só tem uma mata simples, onde passa um córrego da lagoa principal da cidade. Nunca vi este tipo de animal aqui na região, ele deve ter vindo pela rua e entrou na minha casa, mas é a primeira vez que isso acontece”, conta Gleison.
Saúde do tamanduá
Depois da captura, o animal foi encaminhado ao Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama, em Belo Horizonte (Cetas/BH).
Chegando lá, os médicos veterinários constataram que o tamanduá-bandeira é uma fêmea, mede 2 metros de comprimento e pesa 35 kg.
O porte suficiente para intimidar qualquer um em área urbana é o ideal para a mata. Sem ferimentos, ela recebeu todos os cuidados dos técnicos que trabalham no local em parceria com o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e foi devolvida à natureza.
A veterinária do local, Érika Procópio, ressaltou sobre a saúde e bem estar do tamanduá. “Ele estava ótimo. Na verdade, foi só um erro de percurso que ele acabou entrando na cidade. Eles costumam fazer isso na tentativa de encontrar território, fugir de predadores ou queimadas. Esse tipo de encontro não é muito incomum, mas ela estava bem clinicamente”, informou.
Ameaça de extinção
A espécie está ameaçada de extinção em todo Brasil e não é muito comum de se ver na Grande BH, conta a veterinária.
“É mais comum na Região Centro-Oeste. Pra gente foi uma surpresa. Mas pra nós, era claramente um animal do mato, não era de cativeiro, até mesmo pelas características das patas bem robustas”, acrescenta.
Feliz com o cuidado garantido da tamanduá, a veterinária diz que ela “foi lindamente solta” e alerta para que as pessoas tentem evitar aproximação com o bicho, pois ele não ataca, mas se defende.
“Eles são tranquilos e não vão querer machucar ninguém. Se estiver na natureza, ótimo. Em local urbano, é preciso entrar em contato com a Polícia Militar do Meio Ambiente (190) ou Corpo de Bombeiros (193).”