O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (11/5) que vacinará contra a covid-19 atletas e outros credenciados para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio 2021. Ao todo, 1.814 pessoas, entre atletas, membros da comissão técnica, árbitros, jornalistas, serão vacinadas com doses de vacinas doadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) antes de embarcarem para a competição.
A imunização começará, em algumas capitais, a partir desta quarta (12). Os atletas e demais credenciados serão vacinados em seis capitais brasileiras: Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Belo Horizonte e Porto Alegre. “Vamos vacinar os nossos atletas olímpicos e as comissões técnicas para garantir que esses atletas possam desempenhar muito bem as suas capacidades nos Jogos Olímpicos de Tóquio e trazer bastante medalhas”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
A previsão de início da vacinação em Porto Alegre e Brasília é 17 de maio, Fortaleza, 12 de maio, Rio de Janeiro e São Paulo entre os dias 12 e 15, e em Belo Horizonte a data ainda não foi definida.
Segundo Queiroga, as doses a serem usadas serão doadas por farmacêuticas, sem desfalcar os imunizantes usados no Programa Nacional de Imunização (PNI) para vacinar os grupos prioritários. Serão 4.050 doses da vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer/BioNTech, e 8 mil doses da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac.
“A escolha desses dois imunizantes se deve, primeiro, em face de doações da Pfizer e da Sinovac. Em segundo lugar, é por conta do intervalo de tempo entre a primeira e a segunda dose. São esses imunizantes que permitem em curto espaço de tempo assegurar uma imunização eficiente para os atletas”, explicou o ministro.
Mais tarde, durante participação em audiência pública na Comissão do Esporte, na Câmara dos Deputados, Queiroga afirmou que, por uma "questão estratégica", a pasta só vai utilizar a vacina da Pfizer para imunizar os atletas e o restantes dos credenciados.
"É uma vacina que já esta aprovada em todos os países e não vai haver qualquer tipo de óbice para os nossos atletas. Além de que essa vacina tem um intervalo curto entre a primeira e segunda dose, de tal sorte que vai promover a imunização dos atletas e eles poderão representar o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão", justificou o ministro.
Devido a urgência da imunização dos atletas, diante do início dos Jogos de Tóquio, marcado para 23 de julho, o Ministério da Saúde recomenda o intervalo de 21 dias entre as doses. O tempo é diferente do recomendado no último informe técnico enviado aos estados junto com as primeiras doses da vacina da Pfizer, que servem para imunizar pessoas do grupo prioritário.
Na ocasião, a pasta optou por adotar o intervalo de 12 semanas entre as doses da vacina da Pfizer, ao invés de 21 dias como recomenda preferencialmente a bula do imunizante. Em nota, o ministério explicou que a orientação de 12 semanas segue valendo para os grupos prioritários e que o intervalo de 21 dias considera apenas a situação dos atletas e da delegação que vão viajar para Tóquio.
"Essa orientação considera apenas as necessidades específicas deste grupo e não altera o intervalo previsto, de 12 semanas, para a campanha nacional de vacinação.", ressaltou a pasta em nota.
Doses serão implementadas ao PNI
A quantidade de doses doadas ao Brasil é maior do que a necessária para imunizar a delegação que irá aos Jogos de Tóquio. Como o país vacinará 1.814 pessoas, só precisa de 3.628 doses de vacinas, já que os imunizantes doados precisam de duas doses para concluir o esquema vacinal.
As doses que sobrarem e não forem utilizadas para a vacinação dos atletas e credenciados serão implementadas no Programa Nacional de Imunização (PNI) para vacinar os brasileiros de grupos prioritários. “Temos doses suficientes para vacinar os nossos atletas e toda delegação que vai para os Jogos Olímpicos, e ainda reforçar o Programa Nacional de Imunização”, pontuou Queiroga.
Antecipação
Como publicado no Correio, o Ministério da Saúde antecipou o anúncio da vacinação dos atletas. A Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados havia agendado uma reunião para as 14h desta terça-feira, com a presença de Queiroga, para falar sobre o assunto. A situação pegou mal entre os parlamentares, tendo sido avaliada como uma manobra para atrair holofotes em uma pauta vista como positiva ao governo.