A Polícia Civil de Santa Catarina realizou o primeiro interrogatório com Fabiano Kipper Mai, de 18 anos, autor do ataque a creche Pró-Infância Aquarela, no último dia 4 de maio, em Saudades, interior de Santa Catarina. Durante cerca de uma hora, o delegado Jerônimo Marçal Ferreira, responsável pelo caso, escutou o jovem, na tarde desta segunda-feira (10/5), no Hospital Regional do Oeste, em Chapecó, onde ele continua internado.
Segundo a Polícia Civil, o teor do interrogatório não pode ser divulgado até todas as diligências serem finalizadas, o que deve ocorrer até o fim desta semana. Fabiano Kipper Mai saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na sexta-feira (7/5). De acordo com a polícia, ele golpeou o próprio corpo após os ataques e foi encaminhado ao hospital em estado grave, onde teve que passar por duas cirurgias.
Ele é acusado de ter invadido a creche e matado cinco pessoas, entre elas, três crianças, com duas facas. Um outro bebê também ficou ferido e recebeu alta no último domingo (9/5).
Investigação
Até o momento, a polícia já ouviu mais de 10 testemunhas do ataque, entre elas, familiares do suspeito. A corporação também analisa dois computadores e um pen drive encontrados na casa dele.
Na casa dele, também foram encontrados R$ 11 mil em espécie e duas embalagens de facas novas. Segundo a família, o dinheiro era uma reserva que ele guardava do salário que ele ganhava trabalhando em uma loja de roupas. O jovem não tem antecedentes criminais.
Segundo o delegado responsável pelo caso, o homem será indiciado por cinco homicídios triplamente qualificados, além de uma tentativa de homicídio, com as qualificadoras: motivo torpe, utilização de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e utilização de meio cruel. A polícia ainda tenta entender as motivações do crime. A Justiça catarinense já decretou a conversão da prisão flagrante em preventiva.
A defesa pediu à Justiça um exame para avaliar a sanidade mental do rapaz, porém, o juiz Caio Lembruber Taborda, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, deve esperar até ele ter alta hospitalar para autorizar o exame.
Relembre o caso
Na manhã de 4 de maio, um homem invadiu a creche em que estavam cerca de 20 crianças, todas com menos de 2 anos. A primeira pessoa a ser atacada foi a professora Keli Adriane Aniecevski. Ela correu para uma sala onde estavam quatro crianças e a agente educativa Mirla Renner. O homem entrou na sala e continuou os ataques. Somente uma das crianças sobreviveu.