O Ministério da Saúde afirmou que as vacinas da CoronaVac entregues pelo Ministério Butantan à pasta, na última quinta-feira, que somam 1 milhão de doses, começaram a ser remetidas aos estados. Os fármacos serão exclusivamente para a aplicação da segunda dose. Já os 3,9 milhões de doses do imunizante Oxford/AstraZeneca, que chegaram ao país no último domingo por meio do consórcio Covax Facility — ferido pela Organização Mundial da Saúde —, tiveram entrega finalizada nesta sexta-feira, segundo a pasta.
Na semana passada, diversas cidades deixaram de aplicar o reforço da CoronaVac por falta de estoque. Na quinta-feira, essa era a situação de pelo menos 10 capitais, entre elas Salvador, Natal, Aracaju, Campo Grande, Maceió, Porto Velho, Recife e Teresina — onde também há dificuldades para aplicar a primeira dose.
“Quase 1 milhão do Instituto Butantan serão enviadas. É importante mencionar que todas essas doses são para aplicação como segunda dose”, salientou Rodrigo Otávio Moreira da Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde. Ele afirmou, também, que a pasta distribuirá mais 1,1 milhão de injeções da Pfizer na madrugada de segunda-feira.
Na CPI da Covid, no Senado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que a pasta contratou menos doses do que o que foi anunciado em peças publicitárias e pronunciamentos dele próprio. Durante o depoimento, reafirmou que a pasta contratou mais de 500 milhões, mas foi corrigido por um assessor que o acompanhava — somam 430 milhões.
Cronograma
A diferença, segundo Moreira, é explicada pelas vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "Talvez o termo ‘contratado’ gere confusão. De fato, existem algumas doses que a gente contrata, quando há uma relação direta do governo federal com o laboratório, e existem outras que são entregues e são desenvolvidas pela Fiocruz, com uma rubrica orçamentária específica da Fiocruz”, observou.
Segundo o ministério, há 210,4 milhões de doses contratadas da Fiocruz, sendo que 100 milhões estão em processo de entrega. Outros 110 milhões estão previstos até o quatro trimestre deste ano. A expectativa é de que pouco mais da metade, cerca de 60 milhões, seja produzida com Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) nacional. A fundação espera iniciar a fabricação da matéria-prima dia 15.
“Existem algumas pendências, mas é importante falar que não atrasam o cronograma de entrega, e não criam riscos de não receber essas doses conforme previsão contratual”, assegurou Moreira.