Uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro deixou 25 pessoas mortas na manhã desta quinta-feira (6/5) na comunidade de Jacarezinho, Zona Norte da cidade. De acordo com a Polícia Civil, 24 suspeitos foram mortos, mas não há informações sobre a identidade delas.
A 25ª vítima é o policial civil André Farias, que foi atingido por um tiro na cabeça. O agente de 45 anos chegou a ser levado ao hospital, mas não resistiu. Outros dois policiais foram atingidos durante o confronto.
No meio do fogo cruzado, também foram atingidos dois passageiros da linha 2 do metrô. Os passageiros feridos no trem foram identificados como Rafael M. Silva, de 33 anos e Humberto Gomes V. Duarte, de 20. Rafael foi levado para o Hospital Salgado Filho e deixou a unidade à revelia, segundo a Secretaria municipal de Saúde. Ele seguiu para o Hospital da Marinha, Já Humberto foi levado para o Hospital municipal Souza Aguiar, no Centro. Seu estado de saúde é estável. Um morador também se feriu dentro de casa. Ele levou um tiro no pé e passa bem.
Esta foi a operação com o maior número de mortos dentro de uma comunidade, segundo a plataforma Fogo Cruzado. A Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu operações nas favelas durante a pandemia desde junho do ano passado, mas a Polícia Civil do Rio de Janeiro conseguiu uma autorização com o Ministério Público. A operação investiga o aliciamento de crianças e adolescentes para ações criminosas. A investigação apontou 21 suspeitos.
Sem poder sair de casa, os moradores gravaram o desespero diante do tiroteio.
Repercussão
Nas redes sociais, diversas personalidades reagiram ao alto número de mortos na operação. A deputada federal Sâmia Bomfim (Psol/SP) chamou a operação de "ação genocida" .
A deputada federal Talíria Petrone (Psol/ RJ) disse que recebeu a denúncia de que uma das vítimas foi exposta para os moradores.
O Instituo Marielle Franco também chamou o episódio de chacina. "Não tem outro nome", publicou.