Mesmo com diminuição na média de casos e mortes por covid-19 nos últimos dias, o Brasil não consegue estabelecer uma queda sustentável. Nesta quarta-feira (5/5), o país manteve o patamar observado ontem, ao registrar quase 3 mil óbitos e mais de 70 mil infecções nas últimas 24 horas. Foram acrescentadas ao balanço 2.811 fatalidades, além de 73.295 positivos para a doença.
Com os novos números, o país soma 414.339 mortes e 14.930.183 casos de covid-19 desde o início da pandemia. No entanto, as atualizações, que estavam seguindo um ritmo de queda, já começam a se estabilizar, o que indica uma continuidade de transmissão sustentada, mantendo os balanços diários em altos patamares.
"Estamos em uma tendência de estabilização em um patamar bem, bem alto de casos, o que não é nada bom", alertava, já na última semana, o pesquisador e especialista em análise de riscos Isaac Schrarstzhaupt. A média móvel dos últimos sete dias é de 2.316 óbitos e 58.413 casos, de acordo com levantamento do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).
Abertura precipitada
Parte deste cenário se dá pela abertura precipitada de atividades, uma flexibilização quando outros indicadores como taxa de ocupação de leitos e taxa de transmissão do vírus ainda continuam elevadas e em zonas de risco. "A retomada das atividades de maneira precoce pode justamente levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança", alerta o último Boletim InfoGripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Tal situação, completa o relatório, "não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, como também a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes, impactando todos os atendimentos".