O corpo do ativista da causa LGBTQIA+, do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Lindolfo Kosmalski, de 25 anos, foi encontrado carbonizado no sábado, dia 1º de maio. O corpo também tinha marca de duas balas.
Segundo o MST, o crime, cometido em São João do Triunfo (PR), pode ter sido motivado por homofobia.
"O MST destaca o seu compromisso de lutar por uma sociedade sem LGBTfobia e na construção de um mundo onde a vida e todas as formas de ser e amar sejam garantidas plenamente. O sangue LGBT também é sangue Sem Terra", disse em nota.
Lindolfo foi baleado e carbonizado dentro do próprio carro. O veículo foi encontrado na rodovia PR-151, no estado do Paraná.
A Polícia Civil afirmou que o autor do assassinato ainda não foi identificado. A suspeita também é de que o crime tenha sido motivado por homofobia.
Kosmaski tinha 25 anos e foi candidato a vereador de São João do Triunfo, em 2020, pelo PT. Atualmente, o militante era professor da rede estadual do Paraná e estava cursando o mestrado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), no programa Educação em Ciências e em Matemática.
Nas redes sociais, apoiadores da comunidade pedem justiça por Lindolfo.
Homofobia é crime no Brasil
Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu criminalizar a homofobia e a transfobia. Os ministros consideraram que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.
Conforme a decisão da Corte:
"praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito" em razão da orientação sexual da pessoa pode ser considerado crime;
a pena será de um a três anos, além de multa;
se houver divulgação ampla de ato homofóbico em meios de comunicação, como publicação em rede social, a pena será de dois a cinco anos, além de multa;
a aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o tema.
Leia a nota do MST na íntegra:
"Justiça por Lindolfo: o sangue LGBT também é sangue Sem Terra
É com estrema indignação e exigindo justiça, que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) denuncia o assassinato do jovem gay e camponês Lindolfo Kosmaski. Lindolfo foi morto neste último sábado, 1º de maio de 2021, na cidade de São João do Triunfo, no estado do Paraná, onde residia. Indícios apontam que foi um crime de ódio, provocados pela homofobia, pois os assassinos além de dispararem dois tiros contra o jovem LGBT, também carbonizaram seu corpo.
Lindolfo tinha 25 anos, era estudante egresso da turma de Licenciatura em Educação do Campo da Escola Latina Americana de Agroecologia (ELAA), localizada no assentamento Contestado, no município da Lapa (PR). Participou de diversas atividades de formação do MST, como cursos e encontros do Coletivo LGBT Sem Terra e Jornadas de Agroecologia.
Era um jovem humilde, solidário e cheio de sonhos. Atuava como professor na rede estadual de ensino no Paraná e na última eleição municipal concorreu a vereador pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no município de São José do Triunfo. Além disso, estava dando sequência aos estudos cursando mestrado no Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e em Matemática na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Neste momento de dor, o MST estende toda solidariedade à família, amigos e exige que os órgãos competentes possam acelerar as investigações e encontrar os culpados desse crime hediondo.
A sua partida ocorre no mês em que reafirmamos a luta contra toda forma de violência, representado pelo Dia Internacional de luta contra a LGBTfobia, 17 de maio. Nesse sentido, o MST destaca o seu compromisso de lutar por uma sociedade sem LGBTfobia e na construção de um mundo onde a vida e todas as formas de ser e amar sejam garantidas plenamente.
O sangue LGBT também é sangue Sem Terra!
Exigimos Justiça e punição aos assassinos!
LINDOLFO, PRESENTE!"