COVID-19

Saúde enviará 600 mil testes ao Maranhão após casos de variante indiana

Ministério quer fiscalização em regiões de fronteiras para tentar impedir transmissão comunitária de cepa originária da Índia após os primeiros registros da variante no país

Augusto Fernandes
postado em 22/05/2021 20:25 / atualizado em 22/05/2021 20:52
 (crédito: Alfredo Estrella/AFP - 2/2/21)
(crédito: Alfredo Estrella/AFP - 2/2/21)

O Ministério da Saúde anunciou, neste sábado (22/5), uma série de medidas para tentar evitar a disseminação da variante indiana da covid-19 no Brasil. Uma das ações da pasta será o envio de 600 mil testes rápidos ao Maranhão, estado em que foram confirmados os primeiros casos de pessoas infectadas no país com a cepa B.1.617, na última quinta-feira (20).

Em coletiva à imprensa, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, explicou que o objetivo da pasta é rastrear possíveis novos casos de infectados com a variante que surgiu da Índia para evitar que haja a transmissão comunitária da cepa originária do país asiático. Os testes serão aplicados no aeroporto de São Luís, em rodoviárias da cidade e outros pontos que registrem entrada e saída de passageiros.

Segundo o ministério, qualquer pessoa que apresentar o diagnóstico positivo para covid-19 fará mais um teste para identificar se está contaminada com a cepa proveniente da Índia. A partir daí, a pasta aconselhará o paciente a cumprir quarentena e tentará rastrear todos que tiveram contato com o infectado para monitorar se mais pessoas contraíram a variante B.1.617.

Queiroga disse que a cepa da Índia tem causado preocupação e que a testagem pode evitar que a variante se espalhe rapidamente. De toda forma, ele comentou que ainda não há indícios de que a variante B.1.617 esteja em transmissão comunitária. “Estamos buscando tudo isso para avaliar esses casos e buscar conter a possível transmissão comunitária desse vírus.”

Contudo, devido aos riscos que o país corre com a aparição de uma forma mais agressiva da covid-19, o ministro frisou que é importante o respeito às medidas de proteção pessoal, como o uso de máscaras faciais e higienização das mãos, e de distanciamento físico.

"Essas recomendações são para todos, independente de variante indiana ou não. Quem tem suspeita de síndromes gripais deve evitar se deslocar de um estado para o outro e procurar as autoridades sanitárias. Todos devemos nos irmanar para procurar conter a circulação do vírus, seja a variante indiana, a de Manaus, a do Reino Unido”, destacou Queiroga.

Testes para outros estados

Além dos testes rápidos para o Maranhão, o governo federal deve disponibilizar outros 2,4 milhões para os demais estados do país. A recomendação do Ministério da Saúde é de que eles sejam utilizados nas regiões de fronteiras com outros países da América do Sul e nos aeroportos de maior movimentação do Brasil.

“Queremos impedir que haja a propagação dessa variante, que ainda não tem comprovada a transmissão comunitária. Em função dessa questão, resolvemos adotar o programa de testagem. Esses 2,4 milhões de testes vamos, preferencialmente, distribuir nas regiões de fronteira com Argentina e Paraguai e aeroportos que têm trânsito de passageiros internacionais. Mas vamos adquirir mais testes”, reforçou Queiroga.

A cepa indiana foi detectada no navio MV Shandong da Zhi, que veio da Malásia para o Brasil em 14 de maio, pela Secretaria de Saúde do Maranhão. Enquanto apenas um dos infectados está internado em São Luís, os demais estão em quarentena no navio, que está em alto mar, a mais de 35 km da costa.

Segundo a secretaria maranhense, 15 dos 23 tripulantes da embarcação testaram positivo para a covid-19. Além disso, pelo menos 100 pessoas tiveram contato com os tripulantes infectados, e estão sendo monitoradas pelo governo local.

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