Quase dois meses após o Instituto Butantan pedir autorização para os estudos clínicos de uma vacina própria, a Butanvac, técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) participaram de reunião com representantes do Butantan, na tarde desta quarta-feira (19). O início dos testes em humanos agora depende do protocolo de estudo clínico atualizado e de informações complementares por parte do Butantan.
De acordo com a Anvisa, para que os ensaios clínicos sejam autorizados, é necessário avaliar não só a proposta de pesquisa, mas os dados da vacina. Embora o pedido de autorização para o início dos estudos clínicos tenha sido realizado em 26/03, apenas no dia 23/04, quase um mês depois, o Butantan encaminhou o estudo à agência. Contudo, os dados não foram suficientes para a liberação.
O instituto se comprometeu a enviar as informações pendentes para que os técnicos da Anvisa possam dar prosseguimento à análise. O pedido segue interrompido até que todas as exigências sejam cumpridas.
Semelhante à Influenza
O Instituto Butantan utilizará 20 milhões de ovos de galinha para a produção do imunizante brasileiro, que terá tecnologia semelhante à utilizada para a produção da vacina contra a Influenza, aplicada anualmente na campanha nacional de imunização contra a gripe.
A expectativa inicial era entregar 40 milhões de doses da ButanVac a partir do mês de julho. Contudo, o pedido de informações complementares torna o prazo pouco viável.
O Butantan é o responsável pela distribuição da CoronaVac no país, primeiro imunizante utilizado contra a covid-19 no Brasil, no mês de janeiro. Com tecnologia chinesa, as doses dependem do envio do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), para que sejam produzidas. A operação está paralisada desde 12 de maio, por falta de insumos. A expectativa é que a nova carga chegue ao Brasil no próximo dia 26.
* Especial para o Correio
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