O ex-médico Roger Abdelmassih, condenado a mais de 173 anos de prisão pela acusação de estupro de pacientes, deixou o Hospital Penitenciário, na Zona Norte da capital paulista, na tarde desta quinta-feira (6/5) após a Justiça conceder prisão domiciliar.
Abdelmassih havia alegado risco diante da pandemia do novo coronavírus obtendo decisão favorável da Justiça em 14 de abril. O Ministério Público recorreu a mudança de regime e o recurso foi julgado no fim da semana passada pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.
Na decisão, a juíza Sueli Zeraik, da Vara de Execuções Criminais (VEC) de Tremembé, aponta que Abdelmassih apresenta estado delicado de saúde, necessitando de cuidados constantes que não seriam possíveis na unidade prisional.
“Está evidenciado nos autos que o sentenciado em questão conta com setenta e seis anos de idade, apresenta quadro clinico bastante debilitado, experimenta atualmente considerável piora em seu estado de saúde, necessita de cuidados ininterruptos, medicação constante e em horários diversificados, exames frequentes e específicos, assim como alimentação especial e vigilância contínua, tanto da área médica como de enfermagem”, cita em trecho da decisão.
Para o benefício, incluiu como exigência a permanência constante em seu endereço, com avisos prévios de saídas para atendimento médico; uso de tornozeleira eletrônica e perícia médica a cada seis meses.
Condenado por estupro
Inicialmente o ex-médico havia sido condenado a 278 anos, mas teve pena reduzida para 173. Ele é acusado de cometer 49 crimes sexuais contra suas pacientes, após sedá-las para procedimentos de reprodução assistida.
Abdelmassih teve o registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo depois que as denúncias de abuso sexual vieram à tona. Conhecido por atender celebridades, ele era especialista em fertilização in vitro.
O ex-médico estava em prisão domiciliar desde 19 de abril de 2020 por ser considerado integrante do grupo de risco, tendo o beneficio revogado no dia 28 de agosto pelo Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, sob afirmação que não há nenhum cuidado que o ex-médico precise que não possa ter na cadeia.
Em 31 de agosto de 2020, o ex-médico cumpria em regime fechado a pena de 173 anos por ordem dada pelo Tribunal de Justiça após mais de quatro meses em regime domiciliar.
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