Um dia após o primeiro dia de depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, que investiga a condução do governo federal no combate à pandemia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, defendeu, nesta quarta-feira (5/5), o governo Bolsonaro ao dizer que este tem atuado de forma integrada para combater o vírus e que não “mediu esforços para ter vacinas suficientes para imunizar a população brasileira”.
“O governo federal, por determinação do presidente da República, Jair Bolsonaro, tem atuado de maneira integrada. [...] Hoje, em 2021, quando começamos a superar essa segunda onda da pandemia, ocasionada por uma variante desse vírus a P.1, temos uma esperança: a vacinação. E o governo federal não mediu esforços para ter vacinas para imunizar a população brasileira”, disse o ministro, durante evento de lançamento da Pesquisa de Prevalência de Infecção por Covid-19 no Brasil (PrevCOV).
Ao falar sobre o lançamento da pesquisa PrevCOV, o ministro ressaltou que o governo federal tem “investido fortemente” na pesquisa, ressaltando a análise de fármacos inovadores. “Negacionismo é negar o que o governo federal tem feito de investimentos na pesquisa, na ciência e na tecnologia”, completou.
A opinião de Queiroga, no entanto, é contrária às ações do próprio presidente, que chegou a afirmar que não iria comprar a vacina CoronaVac, mesmo se aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, em outros momentos, Bolsonaro chegou a questionar a eficácia dos imunizantes já autorizados pela Anvisa.
Para justificar a fala, o ministro da Saúde citou o fato de Bolsonaro ter enviado ao Congresso um aporte de R$ 20 bilhões para a aquisição de vacinas. “Mais de 500 milhões de doses de vacina já foram contratadas e esperamos que, até o final do ano, com o esforço de todos, possamos imunizar a nossa população”, disse, reafirmando o compromisso de vacinar todos os brasileiros até o final de 2021.
"Quantitativos previstos a serem contratados”
A última projeção contratual de entregas de vacinas divulgada pelo Ministério da Saúde indica que a pasta tenha adquirido 563 milhões de doses de imunizantes contra a covid-19. No entanto, cerca de 140 milhões são descritos como "quantitativos previstos a serem contratados”, ou seja, ainda não foram fechados contratos de fato para a aquisição destes montantes. Com isso, o país já adquiriu, de fato, 423 milhões de vacinas.
No entanto, em resposta a um questionamento oficial formulado pelo Congresso, o ministério informou ter divulgado um número superestimado de vacinas já contratadas contra a covid-19. A pasta da Saúde informou que só contratou 281.023.470 doses e que outras 281.889.400 estão "em fase de negociação".
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