Um balanço feito pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), divulgado nesta quinta-feira (8/4), acende um alerta sobre o risco de desabastecimento de oxigênio no país, caso não seja registrada redução dos casos diários de covid-19.
Nem todos os gestores responderam ao questionário sobre a situação atual dos estoques de oxigênio nos municípios. Ao todo, 2.411 cidades enviaram os dados. Mesmo assim, as informações são preocupantes. Pelo menos 1.222 municípios relataram que correm o risco de ficar sem oxigênio em ao menos uma unidade nos próximos 10 dias.
Este é caso de municípios vizinhos ao Distrito Federal, como Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso. Este último, por exemplo, que disse ter um consumo mensal de 176.400 litros de oxigênio, só tinha 2.940 em estoque na data que respondeu ao questionário, 22 de março.
Outro dado preocupante é a dependência dos municípios dos cilindros de oxigênio, que são mais difíceis de serem fornecidos. Esta é a principal estrutura de armazenamento de 87% das cidades. A maior delas também relatou que não conseguem comprar por conta própria os cilindros. O principal problema relatado é a dificuldade de entrega pelo fornecedor.
Em dezembro, Manaus viveu o drama do desabastecimento de oxigênio. Após um pico de internações pela covid-19, a cidade teve que transferir diversos pacientes para outros estados devido à falta do insumo.
Com o aumento de casos em todo o país a demanda por este insumo tem crescimento. Segundo a White Martins, principal produtora no Brasil, só nas duas primeiras semanas de março, o consumo de oxigênio aumentou em 56%. A empresa disse que todas as unidades estão operando 24 horas por dia para a produção do insumo.