A entrega regular de vacinas da Oxford/AstraZeneca pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem contribuído para dar mais estabilidade à campanha de vacinação contra a covid-19 na cidade do Rio de Janeiro, afirmou hoje (16) o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Ao apresentar o 15º Boletim Epidemiológico da prefeitura, do Rio, Soranz disse que a Fiocruz tem conseguido fazer entregas na quarta e na sexta-feira, mas destacou que a vacinação continua sendo uma preocupação imensa, porque o município optou por se manter sempre no limite da interrupção do calendário para avançar na imunização.
De acordo com o secretário, o Rio é uma das capitais que mais vacinaram idosos até agora, tendo mais de 80% deles já imunizados. Soranz ressaltou a importância do fato, lembrando que idosos são as pessoas que mais adoecem gravemente e morrem por covid-19. "A estratégia é continuar vacinando os idosos até o dia 26." Soranz disse que o município tem estoques até segunda-feira (19).
O secretário informou que o consumo diário é de cerca de 30 mil doses para a aplicação da primeira dose (D1) da vacina contra a covid-19 e que nesta sexta-feira mais imunizantes seriam entregues pela Fiocruz. A expectativa é receber em torno de 90 mil doses, disse Soranz, que voltou a elogiar o esquema adotado pelo Ministério da Saúde de entrega direta das doses ao governo estadual, que as distribui aos municípios imediatamente, uma vez que a produção da Oxford/AstraZeneca é na cidade.
"Se o Ministério da Saúde conseguir manter essa logística, a gente consegue toda semana ir suprindo o calendário com as entregas da Fiocruz na quarta-feira e na sexta-feira e também com as entregas do Instituto Butantan uma vez por semana", acrescentou.
Primeira e segunda doses
A cidade do Rio de Janeiro vacinou, até o momento, 1.180.297 pessoas com a primeira dose, o que representa 80,9% dos idosos com 60 anos ou mais, ou 17,5% da população da capital. Receberam a segunda dose (D2) da vacina contra a covid-19 311.713, o que dá um total de 1.492.010 pessoas, conforme dados atualizados na noite de ontem (15) pela Secretaria Municipal de Saúde.
As pessoas que tomaram a D1 da vacina Oxford/AstraZeneca em janeiro começam a receber a D2 no fim de abril, obedecendo ao prazo indicado pelo fabricante, que é de 12 semanas. Atualmente esta é a vacina disponível para D1 na cidade.
Segundo o secretário, a D2 para quem tomou a CoronaVac está garantida. Quando chegar o dia anotado na caderneta de vacinação, as pessoas podem retornar aos postos onde tomaram a primeira dose para completar o esquema vacinal.
Mais uma vez, Daniel Soranz pediu às pessoas que não voltaram aos postos de vacinação para a segunda dose que o façam para completar o processo de imunização. Segundo o secretário, cerca de 5% dos que receberam a primeira dose na cidade do Rio não retornaram aos postos para a segunda aplicação. "Temos um cadastro das pessoas que não tomaram. O Ministério da Saúde vai iniciar uma campanha estimulando as pessoas a tomarem a segunda dose, e a secretaria de estado, também."
A secretaria municipal tem feito várias chamadas nos sites e nas unidades de atenção primária para que as pessoas voltem para receber a segunda dose da vacina e, se perceber que o número está aumentando demais, terá que fazer uma busca ativa dessas pessoas, disse o secretário. "Cada unidade de saúde vai fazer o seu desenho, mas a expectativa é que as pessoas venham espontaneamente a tomar a segunda dose, preferencialmente naquela unidade de saúde em que tomaram a primeira dose da vacina", acrescentou Soranz. Para essas pessoas, ele recomenda ir aos postos no período da tarde, após o meio-dia.
Desde janeiro, quando começou a vacinação de idosos e pessoas com deficiência nas instituições de longa permanência na capital, os surtos e casos de covid-19 caíram 80%. Conforme o 15º Boletim Epidemiológico, em janeiro, foram sete surtos e um total de 41 casos. Em fevereiro, houve quatro surtos e 21 casos e, em março, dois surtos e oito casos. Nesse grupo, a maioria já tomou as duas doses da vacina.
O secretário atribuiu a redução dos números à campanha de vacinação. "No mês de março, mesmo com o aumento de casos na cidade toda, viu-se uma redução expressiva de casos covid-19 dentro dos institutos de longa permanência de idosos, passando para oito e somente dois surtos diagnosticados. Então, uma redução de 80% no número de casos."
Prefeito
Ao contrário do que estava previsto, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, não participou por videoconferência da apresentação do boletim epidemiológico, uma vez que foi diagnosticado nesta quinta-feira com covid-19.
Segundo o secretário Daniel Soranz, a recomendação médica é que Paes fique de repouso em casa. "O prefeito Eduardo Paes foi diagnosticado ontem com covid-19. Está em observação em casa e deve se manter em repouso, como qualquer pessoa que pega covid-19. O estado de saúde dele é estável, e ele se encontra bem", informou.
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