Um parecer da Argentina sobre os efeitos da vacina Sputnik V na população deve servir como suporte para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emita um parecer para a importação e uso em caráter emergencial do imunizante no Brasil. Segundo o coordenador do Consórcio Nordeste e governador do Piauí, Wellington Dias (PT), as autoridades argentinas realizaram estudos que reafirmam a eficácia e segurança da candidata.
O consórcio quer acelerar a análise da Anvisa, a fim de incorporar, ainda em abril, a Sputnik V ao Programa Nacional de Imunização (PNI), contribuindo para que o ritmo vacinal de um milhão de aplicações diárias seja restabelecido. Os estados membros do Nordeste, além de outras unidades federativas do Norte, negociaram a compra de 37 milhões de doses.
"Aqui no Brasil nós estamos aguardando autorização da licença para importação da vacina e para o uso por parte da Anvisa. Na agenda técnica, ficou estabelecida a necessidade de informações de países onde a vacina é usada. E Argentina se prontificou, já encaminhando a documentação, relatório sobre os baixos efeitos colaterais, sobre a imunização adequada", detalhou Dias, que também coordena a temática da covid-19 no Fórum Nacional dos Governadores.
A fala ocorreu após encontro das lideranças do Consórcio Nordeste, nesta quinta-feira (8/4), junto à assessora da presidência da Argentina, Cecília Nicolini, coordenadora da pauta de vacinação no país.
"Creio que nesse instante, esse pacto pela vida é muito importante. Tudo que pudermos fazer para ajudar, como contatos como este que estamos fazendo com a Argentina, nós vamos fazer, porque entendemos que é uma operação que salva vidas", frisou o governador do Piauí, defendendo a celeridade da avaliação de uma vacina que "já está sendo utilizada em 58 países do mundo".
Questionada pela reportagem, a Anvisa ainda não respondeu se a documentação argentina chegou aos técnicos e se ajudará na avaliação. No início da semana, no entanto, a agência detalhou que, para concluir a avaliação de importação, a legislação pede a apresentação do relatório técnico das vacinas, emitido ou publicado pelas autoridades sanitárias internacionais, "o que ainda não foi apresentado".
Por isso, a alternativa seria a utilização de outras fontes de informação que apontem para segurança e eficácia. "As ações da Anvisa incluem a busca de informações junto à Organização Mundial de Saúde (OMS), à Agência Europeia de Medicamentos e a possibilidade de envio de uma equipe à Rússia para inspeção das instalações do fabricante da Sputnik no país de origem".
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