Com o objetivo de fazer cumprir a promessa de aumentar o ritmo de vacinação contra a covid-19 para mais de 1 milhão de aplicações por dia, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se reuniu, neste sábado (3/04), com representantes de fabricantes e autoridades internacionais de saúde a fim de agilizar a produção e importação de doses, sobretudo para o segundo trimestre de 2021. O médico trabalha, inclusive, com a possibilidade de usar fábricas de vacinas para animais na produção de imunizantes contra o novo coronavírus.
Segundo Queiroga, a possibilidade ainda transita no campo das ideias. "Não há acordo. Há conversas. Carece ainda de uma avaliação técnica. Isso não vai resolver o problema a curto prazo. Vai ajudar no médio prazo o Brasil e também outros países", destacou em entrevista após a reunião.
Ao lado da diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, o ministro ressaltou os esforços para ampliar as importações de doses prontas de vacinas como estratégia a curto prazo, sobretudo por meio do consórcio multilateral Covax Facility.
"Discutimos hoje, com a Organização Mundial da Saúde (OMS), através da Opas, a possibilidade de assegurar mais vacinas nos próximos três meses e, com isso, trazer uma aceleração para o nosso programa de vacinação, uma das coisas que nosso sistema de saúde faz muito bem. Temos mais de 37 mil salas de vacinação em todo país e uma capacidade de vacinação ainda ociosa. Por uma série de motivos, mas sobretudo por falta de vacina", disse.
Em março, a Covax disponibilizou menos doses do que foi estimado. Eram esperados 2,9 milhões de unidades da vacina de Oxford/AstraZeneca, mas chegaram pouco mais de um milhão. Para abril, Queiroga atualizou a oferta de 30 milhões de doses, por meio das iniciativas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto Butantan. O ministro ressaltou que conseguiu atingir a marca de um milhão de vacinados em março, mas ponderou que os esforços em garantir mais doses eram necessários para manter o patamar ao longo de abril.
Para que isso ocorra, Queiroga voltou a frisar que os estados e municípios não precisam mais reservar doses para garantir a segunda aplicação. "O ministério deu a orientação para que fosse usada essa segunda, agora que temos a possibilidade concreta de disponibilidade todos os meses".
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