Em meio ao desabastecimento de medicamentos e de oxigênio para tratar pacientes com covid-19, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu que o país não possui autossuficiência para dar conta da atual demanda a partir dos contratos tradicionais, mas que trabalha com alternativas, como ajuda privada e internacional, para conseguir superar o gargalo. A fala ocorreu após a primeira reunião do comitê de combate à pandemia de Covid-19, nesta quarta-feira (31/3).
Ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e do presidente da Câmara, Arthur Lira, Queiroga afirmou que o Ministério da Saúde acompanha a evolução dos estoques de medicamentos para intubação "a fim de que haja uma distribuição homogênea entre a saúde pública e suplementar". Mas ressaltou: " É claro que a nossa indústria farmacêutica não tem toda a capacidade para suprir o mercado, diante de uma avalanche de casos que tem afetado o nosso sistema de saúde".
O suporte, com o objetivo de desafogar a necessidade de trabalhar diariamente no limite dos estoques, é acertado junto à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e ao governo dos Estados Unidos.
Nessa terça-feira (30), o ministro se reuniu com o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, e também com o assessor médico chefe da Casa Branca, Anthony Fauci, para reforçar a parceria estratégica entre os países.
Oxigênio
As tratativas alternativas também ocorrem na complementação do oxigênio hospitalar. "Existe a dificuldade do nosso parque industrial de fornecer o cilindros que nós precisamos. Estamos trabalhando junto à iniciativa privada", disse o ministro, citando a colaboração da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP).
"Mas isso também tem um limite, porque a indústria precisa de oxigênio para produzir insumos que são úteis à saúde", completou, citando, ainda, a importação de 13 caminhões tanque para transportar o insumo na forma líquida aos municípios mais distantes.