INVESTIGAÇÃO

Caso Henry Borel: Polícia do Rio encontra divergências entre depoimentos

A mãe do menino disse que não havia contado à empregada a morte de Henry; faxineira desmente. Em consequência das declarações, pai do garoto contrata perícia particular

A empregada doméstica que esteve no apartamento da família do menino Henry Borel, de 4 anos, que morreu na madrugada de 8 de março, disse à Polícia do Rio de Janeiro relatos que contradizem o depoimento prestado pela mãe da criança. A informação foi divulgada nesta quarta-feira (24/3), pelo jornal RJ2

Em depoimento, a faxineira teria dito que foi avisada da morte de Henry no dia em que foi trabalhar. Já a mãe do garoto, a professora Monique Medeiros, namorada do médico e vereador Dr. Jairinho (Solidariedade), disse que não contou a ela o que havia acontecido e que, apenas na hora do almoço, falou para a empregada tirar o dia de folga.

Além disso, a versão apresentada por Dr. Jairinho sobre a funcionária também é diferente das demais. O vereador conta que, ao chegar em casa, pela manhã, viu Monique, a empregada e uma assessora conversando.

Ao ser perguntado pelos policiais se a namorada havia comentado sobre o caso com a funcionária, o padrasto de Henry respondeu que ela disse, sim, o que havia acontecido.

Pai contrata perícia particular

A avó materna do menino também foi ouvida pelos investigadores nesta quarta, assim como o perito responsável pelo laudo necroscópico, Leonardo Huber Tauil. Contudo, não satisfeito, o advogado, Leonardo Barreto, que representa o engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai de Henry e ex-marido de Monique, entende que o depoimento do especialista pouco acrescentou sobre os ferimentos internos e externos encontrados no corpo de Henry.

Por isso, recomendou que Leniel contratasse dois peritos para acompanhar as investigações realizadas pela polícia, que procura saber se Henry morreu acidentalmente ou se ele foi vítima de violência.

Relembre o caso

O menino de 4 anos morreu logo após ser encontrado pela mãe caído em um dos quartos do apartamento onde vivia com ela e o padrasto, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.

O boletim do hospital, onde Henry chegou às 3h50, informa que Monique e Jairinho disseram ter ouvido barulho emitido pela criança e se levantaram para ver o que aconteceu no quarto.

A mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e o padrasto, Jairo Souza Santos Júnior, afirmam que o garoto se acidentou. Ainda assim, o laudo aponta que Henry sofreu lesões graves, com diversas hemorragias, lacerações no fígado e hematomas no abdômen, no crânio e nos membros superiores.

Na tarde do dia seguinte à morte do menino, foi feita uma perícia no apartamento do casal, mas quando os peritos chegaram, o local já tinha sido limpo.

O pai do garoto contou em entrevistas que a orientação de registrar um boletim de ocorrência veio da própria equipe médica que atendeu Henry.