Segundo levantamento do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), o Brasil atingiu, nesta quarta (24/3), a marca de 300.675 mortos pelo novo coronavírus, com o acréscimo de 1.999 fatalidades nas últimas 24 horas. A cifra equivale a toda a população de uma cidade de tamanho médio. Para se ter uma ideia da proporção, o número de brasileiros que perderam a luta contra a covid-19 desde os primeiros meses de 2020 é mais do que a soma dos moradores de Águas Lindas (GO), cidade da região metropolitana de Brasília, que tem, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 217,6 mil moradores aproximadamente. Com registro de mais 89.414 casos, o acumulado de infectados é de 12.219.433.
O país também segue líder mundial no número de mortes pela doença no mundo. Enquanto mães, pais, filhos, irmãos, primos e amigos choram a perda dos mais próximos, o presidente da República, Jair Bolsonaro, que, em mais de uma ocasião, criticou a vacina, propagandeou tratamentos sem eficácia comprovada, provocou aglomerações e falou, até, contra o uso de máscara, nomeou o quarto ministro da Saúde. O cardiologista Marcelo Queiroga se apresentou à imprensa hoje e disse que, finalmente, aumentará a velocidade de vacinação.
A cifra de mais de 300 mil pessoas mortas se deu, também, no dia em que o presidente da República se reuniu com os presidente da Câmara e do Senado, o deputado Arthur Lira (PP-AL), e o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para fazer um pacto nacional em torno da crise sanitária. É a primeira ação do governo federal nesse sentido em mais de um ano de crise sanitária. Nos bastidores, o que se diz é que a reunião, que deve marcar o início dos trabalhos, só foi possível devido ao aumento desenfreado das mortes e contaminações, da queda da popularidade de Bolsonaro e da pressão do Centrão sobre o presidente.
Pacheco ficou encarregado de conduzir os trabalhos junto aos governadores, que estão com o relacionamento desgastado com Jair Bolsonaro que, mais uma vez, na contramão do que recomendam cientistas e a Organização Mundial da Saúde (OMS), insiste em criticar medidas de combate ao vírus, principalmente os decretos de fechamentos de comércios, nos estados e municípios.