O Ministério da Saúde informou neste sábado (6/3) um novo cronograma de distribuição de vacinas contra covid-19 no Brasil, com a previsão de entrega de oito milhões de doses a menos que o informado na última quinta-feira (4/3). A pasta agora prevê entregar 30 milhões de doses no mês de março. A mudança se dá pela exclusão de oito milhões de doses da Covaxin do laboratório indiano Bharat Biotech, e que seriam importadas da Índia.
Agora, são previstas 23,3 milhões de doses da Coronavac, do Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica Sinovac, 3,8 milhões da vacina da AstraZeneca/Oxford, produzida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e 2,9 milhões via consórcio Covax Facility. Houve um novo aumento de 600 mil doses da Coronavac, cuja previsão anterior eram de 22,7 milhões.
É a segunda vez nesta semana que o Ministério reduz o número de doses previstas para março. Na última quinta-feira, a pasta já havia anunciado 8,6 milhões de doses a menos no Programa Nacional de Imunização.
Além das vacinas do Butantan, a previsão para a vacina da Fiocruz era de 16,9, e foi reduzida para 3,8 milhões. No caso da aliança Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS), a previsão antes era de 2,6 milhões e passou para 2,9 milhões. Já a vacina russa Sputnik V, produzida no Brasil pela União Química, estavam previstas 400 mil doses importadas, mas elas já não são mais previstas desde quinta-feira.
Em nota, o ministério afirma que as previsões de entrega são enviadas à pasta pelas empresas que fornecem os imunizantes e estão sujeitas a alterações.
Pressão
A redução ocorre em um momento onde o governo federal tem se mobilizado para tentar adquirir mais vacinas. Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a atacar governadores quando falou sobre a possibilidade de os estados comprarem doses diretamente das empresas. “Só se for na casa da tua mãe!”, disse ele.
Na última terça-feira (2/3), governadores se reuniram na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para tratar de ações de enfrentamento ao vírus e falar sobre questões orçamentárias. Antes do encontro, alguns deles visitaram a fábrica da União Química em Brasília, responsável pela produção da vacina russa Sputnik V no Brasil.
Durante o encontro, a empresa assegurou aos governadores que conseguirá produzir oito milhões de doses mensais, mas ainda não tem aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Ministério da Saúde já comprou 10 milhões de doses, que serão importadas da Rússia nos próximos meses.
Confira o novo cronograma para março:
> Fundação Oswaldo Cruz (vacina AstraZeneca/Oxford)
3,8 milhões (produção nacional com IFA importado)
> Fundação Butantan (vacina Coronavac/Sinovac)
23,3 milhões (22,7 milhões previstos para março + 600 mil residual de fevereiro)
> Covax Facility
2,9 milhões (vacina importada da AstraZeneca/Oxford – Coreia do Sul)
Total: 30 milhões de doses