Apesar de demonstrar preocupação com a velocidade da entrega de vacinas ao Programa Nacional de Imunização (PNI), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, durante audiência pública na comissão temporária do Senado da covid-19, nesta segunda-feira (29/3), que o Brasil está perto de atingir a marca de imunizar 1 milhão de pessoas por dia, meta prometida na primeira semana de trabalho do novo ministro. Segundo Queiroga, o país já superou a marca de 900 mil indivíduos imunizados por dia.
"Na semana passada, nós vacinávamos cerca de 300 mil brasileiros por dia e nós já nos comprometemos com uma meta, já na primeira manifestação que eu fiz à imprensa, de atingir 1 milhão de vacinados por dia. Essa meta já está praticamente atingida, já superamos mais de 900 mil indivíduos imunizados por dia", disse ao senadores em fala inicial. Segundo Queiroga, a capacidade vacinal do Brasil é de 2,4 milhões de brasileiros por dia.
Pelo vacinômetro disponibilizado pelo próprio Ministério da Saúde, no entanto, no dia em que o país mais vacinou, em 24/3, foram aplicadas 586 mil doses, quantitativo que diverge da fala do ministro. Por outro lado, é necessário destacar que, em razão das diferentes tecnologias disponíveis em cada sala vacinal, os dados podem entrar com atraso ao longo dos dias, o que pode explicar a diferença.
O desafio é, sobretudo, manter o ritmo vacinal. O cardiologista explicou que o principal problema é a quantidade de doses disponíveis. "Não é uma questão logística, é uma questão de disponibilidade de vacinas para esses primeiros três meses em que nós mostraremos à sociedade brasileira, de uma maneira muito clara, que estamos empenhados em ampliar a vacinação no país", reforçou.
Entre os esforços para fazer mais vacinas chegarem logo, Queiroga reforçou o engajamento internacional, afirmando que tentará adiantar mais vacinas adquiridas por meio da aliança multilateral Covax Facility. Segundo o ministro, a possibilidade é articulada com os Estados Unidos, com uma proposta de permuta.
Desta maneira, a ideia é pegar parte das doses da AstraZeneca, pendente de autorização de uso e, por isso, paradas em território norte-americano para conseguir fazer com que as 42,5 milhões de doses acordadas pelo consórcio internacional cheguem neste primeiro semestre. O planejamento inicial era fatiar o quantitativo em quatro lotes ao longo de 2021. "Essas vacinas estão postas mais para o fim do ano", disse.
O desafio, portanto, é fazer chegar o maior número possível de doses nos próximos meses. Do contrário, é possível que haja um novo vazio de disponibilidade, fazendo com que o ritmo vacinal caia novamente.
Pfizer
Mais cedo, Queiroga se reuniu com a presidente da Pfizer Brasil, Marta Díez, para pedir celeridade na entrega de 50 milhões de doses da vacina Cominarty, produzida pela farmacêutica e comprada pelo Ministério da Saúde este mês.
A pasta assinou um contrato para adquirir 100 milhões de doses, mas o cronograma indicado no documento prevê a entrega de apenas 13,5 milhões de doses no segundo trimestre de 2021, ou seja entre abril e junho. As 86,5 milhões restantes serão entregues entre julho e setembro.
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