O Ministério da Saúde apresentou, nesta terça-feira (23/3), cronograma de vacinas contra covid-19 com redução de quase 10 milhões de doses para o mês de abril. A estimativa anterior era de que seriam entregues 57,1 milhões de vacinas, caindo para 47,3 milhões. Segundo o Ministério da Saúde, a responsabilidade da redução não é da pasta, pois o cronograma depende de uma série de fatores.
“O cronograma é montado com base no quantitativo previsto e enviado à pasta pelos laboratórios e pode sofrer alterações de acordo com o fluxo de produção das vacinas pelos fabricantes. Cabe ao Ministério da Saúde fazer a distribuição aos estados e Distrito Federal”, explicou o Ministério da Saúde. Reiterou, ainda que, para concretizar o envio dos imunizantes, a pasta depende da entrega efetiva das vacinas pelos laboratórios fabricantes. "Até o momento, mais de 29 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 já foram enviadas para todo o Brasil”, completou.
A nova previsão estima entrega de 21,1 milhões de vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), fabricadas em parceria com a AstraZeneca/Oxford, até 30 de abril. No cronograma anterior apresentado pelo Ministério essa quantidade era de 30 milhões de doses. A vacina da Precisa, parceria com a Bharat Biotech na produção da vacina indiana Covaxin, terá 8 milhões de doses distribuídas, porém a farmacêutica ainda não obteve o aval da Anvisa para o uso emergencial da vacina.
A vacina Moderna, dos Estados Unidos, está sendo negociada e a compra está prevista para o segundo semestre de 2021. Será feita a aquisição de 13 milhões de doses do imunizante.
Posse do novo ministro da Saúde
Nesta terça-feira, o novo ministro da saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, tomou posse em cerimônia discreta no Palácio do Planalto. Momentos antes, a exoneração do general Eduardo Pazuello foi oficializada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). O anúncio da troca de ministros aconteceu no último dia 15; e no dia seguinte, após uma reunião com Pazuello, Queiroga declarou que seguiria a cartilha do governo Bolsonaro.
"O governo está trabalhando. As políticas públicas estão sendo colocadas em prática. O ministro Pazuello anunciou todo o cronograma da vacinação. A política é do governo Bolsonaro. A política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do governo. O ministro Pazuello tem trabalhado arduamente para melhorar as condições sanitárias do Brasil e eu fui convocado pelo presidente Bolsonaro para dar continuidade a esse trabalho”, disse à época o atual ministro.
Cronograma completo de vacinação, segundo o Ministério da Saúde:
(sujeito a alterações de acordo com as previsões dos fabricantes de vacinas)
ACORDOS FECHADOS:
Fundação Oswaldo Cruz (vacina AstraZeneca/Oxford)
Janeiro: 2 milhões importadas da Índia (entregues)
Fevereiro: 2 milhões importadas da Índia (entregues)
Março: 3,8 milhões (produção nacional com IFA importado)
Abril: 2 milhões (importadas da Índia) + 21,1 milhões (produção nacional com IFA importado)
Maio: 2 milhões (importadas da Índia) + 26,8 milhões (produção nacional com IFA importado)
Junho: 2 milhões (importadas da Índia) + 27,4 milhões (produção nacional com IFA importado)
Julho: 2 milhões (importadas da Índia) + 21,2 milhões (produção nacional com IFA importado)
Com as entregas de julho, totalizam 100,4 milhões de doses disponibilizadas ao Ministério da Saúde. A partir do segundo semestre, com a incorporação da tecnologia da produção da matéria-prima (IFA), a Fiocruz deverá entregar mais 110 milhões de doses, com produção 100% nacional.
Fundação Butantan (vacina Coronavac/Sinovac)
Janeiro: 8,7 milhões, sendo 6 milhões importados da China e 2,7 milhões de produção nacional com IFA importado (entregues)
Fevereiro: 4,2 milhões de produção nacional com IFA importado (entregues)
Março: 23,3 milhões (produção nacional com IFA importado)
Abril: 15,7 milhões (produção nacional com IFA importado)
Maio: 6 milhões (produção nacional com IFA importado)
Junho: 6 milhões (produção nacional com IFA importado)
Julho: 13,5 milhões (produção nacional com IFA importado)
Até setembro, devem ser entregues os demais lotes, totalizando os 100 milhões contratados pelo Ministério da Saúde.
Covax Facility
Março: 2,9 milhões (vacina importada da AstraZeneca/Oxford – Coreia do Sul)
Até maio: 6,1 milhões (vacina importada da AstraZeneca/Oxford – Coreia do Sul)
Até dezembro, devem ser entregues os demais lotes, totalizando os 42,5 milhões contratados pelo Ministério da Saúde.
Precisa Medicamentos (vacina Covaxin/Barat Biotech/IND)
Março: 8 milhões
Abril: 8 milhões
Maio: 4 milhões
Total: 20 milhões de doses (importadas da Índia) no primeiro semestre de 2021.
União Química (vacina Sputnik V/Instituto Gamaleya/RUS)
Abril: 400 mil (importadas da Rússia)
Maio: 2 milhões (importadas da Rússia)
Junho: 7,6 milhões (importadas da Rússia)
Total: 10 milhões de doses
Com a incorporação da tecnologia da produção do IFA, com a aprovação da Anvisa, a União Química deverá produzir, no Brasil, 8 milhões de doses por mês.
Pfizer/BioNTech (EUA)
De abril a junho: 13,5 milhões
De julho a setembro: 86,5 milhões
Total: 100 milhões de doses
Jonhson & Jonhson (vacina Janssen/BEL)
De outubro a dezembro: 38 milhões de doses
Total: 38 milhões de doses
EM NEGOCIAÇÃO:
Moderna (EUA)
A partir do segundo semestre de 2021: 13 milhões de doses
Para 2022: 50 milhões de doses
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
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