A Polícia Civil do Rio de Janeiro deve ouvir a empregada doméstica da casa onde morava Henry Borel Medeiros, 4 anos, encontrado morto no último dia 8 de março. O perito responsável pelo laudo necroscópico e os médicos que atenderam a criança na chegada ao hospital também serão ouvidos ainda nesta semana. Mas ainda não há divulgação das datas exatas dos depoimentos.
A mãe, Monique Medeiros da Costa Almeida, e o padrasto, Jairo Souza Santos Júnior, afirmam que o garoto se acidentou. Eles estavam em casa com o menino quando tudo aconteceu. Ainda assim, o laudo aponta que Henry sofreu lesões graves, com diversas hemorragias, lacerações no fígado e hematomas no abdômen, no crânio e nos membros superiores.
Formado em medicina e vereador pelo partido Solidariedade, o padrasto do garoto é conhecido como doutor Jairinho. Em entrevista à TV Record no domingo (21/3), ele voltou a afirmar a tese de morte acidental. “Eu tenho certeza absoluta, diante de Deus, que assassinato não foi”, defendeu.
Resistência em voltar
Uma reportagem exibida pela Rede Globo na mesma noite, mostrou conversas entre os pais do menino nas quais a mãe se lamentava pela resistência de Henry em voltar para a casa em que vivia com o padrasto. “Só não aguento o choro para não vir. Me desestabiliza totalmente. Fico muito, muito triste. Quando puder trazer me avisa. Vai ser uma choradeira sem fim mesmo”, desabafou Monique em mensagem enviada ao ex-marido, Leniel Borel de Almeida.
Em outro ponto do vídeo, é mostrado um boletim de ocorrência feito pela ex-mulher do vereador em que há o seguinte relato: “Jairo sempre foi violento com ela e até tentou enforcá-la, e que no dia 29 de dezembro de 2013, num ataque de fúria, ele a segurou pelo braço e a arrastou até a cozinha e que foi ofendida e chutada várias vezes com muita força pelo vereador”.
Apesar de a ex-mulher de Jairo negar e de o caso ter sido arquivado, os registros continuam existindo. A reportagem coloca ainda que Jairo foi procurado para se manifestar sobre as denúncias, mas desmarcou de última hora.
Equipe médica orientou o pai a procurar a polícia
Leniel contou em entrevistas que foi avisado pela ex-mulher para ir a um hospital no Rio de Janeiro na madrugada seguinte à volta de Henry para casa. Ela teria dito que o menino estava com dificuldades para respirar. Ao chegar no hospital, encontrou os médicos tentando reanimar o filho. Ainda segundo ele, a orientação de registrar um boletim de ocorrência veio da própria equipe médica.
A defesa do pai disse que não procura incriminar ninguém, apenas saber por que o menino morreu com ferimentos tão brutais. “Existe uma nuvem cinzenta do que aconteceu das 19h12, quando eu entrego o meu filho e às 4h30 quando me ligam”, afirmou Leniel.
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