O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva comentou nesta quinta-feira (18/2) sobre a possibilidade de disputar novamente à Presidência em 2022. O petista falou sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski de suspender o sigilo das conversas entre procuradores da operação Lava-Jato e o ex-juiz Sergio Moro.
A decisão do magistrado pode alterar o rumo de processos enfrentados pelo ex-presidente. Com os processos, Lula não pode se candidatar. Entretanto, o petista afirmou, em entrevista ao UOL, que, mesmo que a decisão jurídica mude e ele possa se eleger, só buscaria retornar à Presidência se fosse necessário.
Quando questionado sobre a decisão do ministro do STF, Lula disse que espera sofrer um processo justo, uma vez que, segundo o ex-presidente, ele foi refém de uma mentira.
“Eu não sei qual será a decisão da Suprema Corte. O que eu sei é que eu sou refém. Refém da maior mentira contada neste país, uma mentira jurídica-política, inventada pelo Moro, inventada pela quadrilha da Lava-Jato de Curitiba, inventada pelo juiz do TRF 4 do Rio Grande do Sul, inventada pela Rede Globo de televisão”, afirmou o ex-presidente. Segundo ele, os crimes pelos quais foi acusado serviram para evitar que ele “pudesse ser candidato”.
O político falou que espera que o Supremo anule todas as medidas e processos contra ele. “Se quiser começar de novo, comece de novo, porque nós estamos reivindicando um processo justo”, afirmou.
"Vai depender"
Sobre se reeleger, caso seja permitido, o ex-presidente disse que não há uma decisão sobre o tema, mas não vê a necessidade de concorrer à Presidência da República novamente. “Vai depender das circunstâncias políticas do momento em que for decidido, vai depender do PT (Partido dos Trabalhadores), vai depender das candidaturas dentro do PT, vai depender das alianças políticas que a gente vai fazer, vai depender se for necessário ou não eu ser candidato”, declarou.
Entretanto, o petista disse que não precisa ser presidente mais uma vez. “Para que eu seja presidente da República é preciso que haja uma razão maior para que seja candidato. Eu tenho certeza que se for necessário para derrotar o tal do bolsonarismo, não tenha dúvida nenhuma que eu me colocaria à disposição, mas isso ainda tem tempo para discutir”. Lula apontou Fernando Haddad (PT) como sendo uma boa alternativa para concorrer novamente às eleições presidenciais de 2022. Aposta petista, Haddad foi derrotado por Bolsonaro no segundo turno, em 2018.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro