Conhecida como uma das praias mais bonitas do Rio Grande do Norte, a Pipa passou a ser também referência para infrações sanitárias envolvendo a pandemia. A cada feriado prolongado, o vilarejo reúne cada vez mais turistas em suas ruas estreitas e abafadas, sem máscaras de proteção individual, disputando espaços com ambulantes e trabalhadores. A localidade não tem leitos de terapia intensiva (UTI) e registrou, em um mês, aumento de 37,07% nos casos confirmados.
Mesmo com os festejos públicos e privados proibidos pelo governo do Estado em todo o Rio Grande do Norte, imagens que circulam nas redes sociais desde sexta-feira, cuja autenticidade foi confirmada pela Polícia Militar, mostram milhares de pessoas andando pela Avenida Baía dos Golfinhos, a principal da Pipa, fazendo uso de bebida alcoólica e portando caixas de som - e a maioria sem máscara.
"As pessoas, principalmente em Pipa, não querem usar a máscara", diz o porta-voz da PM, tenente-coronel Eduardo Franco. "Pipa nos causa estranheza pela falta de empatia e civilidade das pessoas. Há falta de educação mesmo. Uma aglomeração muito grande e uma falta de respeito, empatia e preocupação com o próximo."
Agentes que atuam no policiamento ostensivo no distrito relatam que estão "enxugando gelo" ao pedirem para as pessoas usarem máscaras. "Elas colocam na nossa frente e quando dão as costas retiram", comentou um dos policiais, que pediu para não ser identificado.
Até o procurador da República no Rio Grande do Norte, Fernando Rocha, usou uma rede social para criticar a aglomeração: "Pipa, antes conhecida pelas suas belezas naturais, vai se tornando notória nacionalmente pelo desprezo com a vida". A secretária adjunta de Saúde do Rio Grande do Norte, Maura Sobreira, reforça a necessidade de fiscalização dos agentes públicos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.