Há exatamente um ano foi confirmado o primeiro caso de covid-19 no Brasil. Um homem, à época com 61 anos e recém chegado da Itália, testou positivo para a doença em São Paulo. Em 26 de fevereiro de 2020, não se sabia bem o que era o coronavírus. Nem se esperava que, no ano seguinte, o Brasil teria perdido 251.498 cidadãos para a doença. Hoje, o país é o segundo com mais mortes por covid-19 no mundo, em números absolutos, e o 26º se comparado o número de mortes por 1 milhão de habitantes.
Nesse período, mais de 10 milhões de brasileiros foram infectados pelo novo coronavírus. Ao todo, são 10.390.461 pessoas. E a expectativa é de que o número aumente ainda mais. Dados do Ministério da Saúde apontam que apenas entre quarta e quinta-feira (25/2), foram registrados 65.998 novas infecções e 1.541 mortes pela doença no país.
O alto número de óbitos coloca o Brasil atrás apenas dos Estados Unidos, que, segundo a plataforma Worldometers, registrava 520.487 mortes até esta sexta-feira (26). Em quantidade de infectados, o Brasil fica em terceira posição, atrás também da Índia, que registra 11,063 milhões de casos.
Ainda no panorama internacional, o Brasil está em quarto lugar quando comparado a quantidade de casos ativos da doença. São 818.529 mil pessoas identificadas com o coronavírus. Na frente, estão os EUA, com mais de 9 milhões de infectados, França, com 3,3 milhões e Reino Unido, com 1,3 milhão, respectivamente.
Os países citados, no entanto, fizeram mais testes contra o vírus que o Brasil. Neste quesito, o país está em 12º lugar da lista, tendo realizado 30,2 milhões de testes. Os Estados Unidos, que está em primeiro lugar no número de infecções e mortes, fizeram 354 milhões de testagens na população.
Por outro lado, o Brasil cai posições no ranking quando o assunto é letalidade. Vai para 26º lugar, na comparação de mortes para cada 1 milhão de habitantes. Outras nações, como Bélgica, Itália e Portugal indicam que uma maior parte da população veio a óbito pela doença, mesmo que tenham tido menos mortes.
Segundo a infectologista Joana D'arc Gonçalves, uma série de fatores implica nesse menor índice. Entre eles, a população brasileira ser mais nova que a de outros países e possuir uma menor densidade populacional — quantidade de pessoas por determinado território. “Na Europa se tem mais idosos e a longevidade é maior, então essa população sofreu e morreu mais”, afirma.
A especialista destaca, no entanto, que o menor índice não significa que a situação do Brasil frente à pandemia seja positiva. “A gente tem que ter cuidado com as comparações, porque o nosso país é bem diferente de outros. Mesmo com letalidade baixa, você tem um número bruto de mortes muito alto. E se você tem uma letalidade baixa mas tem muita gente se infectando, terá muita gente morrendo”, diz.
Vacinação no Brasil
Até as 14h desta sexta-feira, 3,01% da população brasileira havia sido vacinada com a primeira dose de algum dos imunizantes aplicados no Brasil: a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ou a vacina de Oxford, da farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O levantamento, computado pelo CoronavírusBot, com base em informações do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais de saúde, indica que 6.381.100 pessoas tomaram a primeira dose de alguma das duas vacinas contra a covid. Estão imunes, por terem tomado as duas doses, 1.800.912 pessoas, o equivalente a 0,85% da população.
O Ministério da Saúde, no entanto, divulga que toda a população será vacinada ainda em 2021. A expectativa é de que 50% das pessoas sejam imunizadas até junho. Os demais, no segundo semestre.
Distrito Federal
No Distrito Federal, o marco de um ano do coronavírus chega em um momento de restrição para os brasilienses. O governador Ibaneis Rocha decretou toque de recolher em todo o DF, entre 20h e 5h, a partir de segunda-feira (1º/3). A medida deverá valer por 14 dias, como forma de controle da proliferação do vírus.
Desde o início da pandemia, foram registrados 293.782 casos e 4.805 mortes no Distrito Federal. A ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) chegou a um nível preocupante, ultrapassando os 95% de ocupação na rede pública. A quantidade indica proximidade de um colapso na saúde.
Em relação à vacina, o DF aplicou 158.579 doses de imunizantes contra covid-19. Atualmente, o grupo que está sendo imunizado é o de idosos de 76, 77 e 78 anos. Nesta etapa, é necessário agendar o dia de vacinação pela internet, pelo endereço vacina.saude.df.gov.br.
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