A partir de terça-feira (23/2), com a chegada de mais 4,7 milhões de doses de vacinas para suprir a campanha nacional contra a covid-19, os estados não precisarão mais reter metade das distribuições para garantir a segunda aplicação. A mudança na estratégia vacinal foi anunciada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, segundo informações da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que se reuniu nesta sexta-feira (19/2) com o titular da pasta federal.
A justificativa dada pelo ministério é que o fluxo de produção está garantido com a chegada do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) das vacinas que estão sendo finalizadas em território nacional. Antes, a chinesa CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac, precisava ter metade da remessa estocada para que garantir a segunda dose, já que o intervalo máximo entre as aplicações, estabelecido pelo estudo clínico, é de quatro semanas.
Diferentemente da CoronaVac, a Covishield — conhecida popularmente como a vacina de Oxford/AstraZeneca e produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz — não estava sendo mantida em estoque, já que a segunda dose só está prevista para aplicação após três meses em relação à primeira.
Durante a reunião, o presidente da FNP, Jonas Donizette, reivindicou a priorização dos profissionais de ensino, e a sinalização do ministro foi de que haveria uma adaptação a fim de permitir que, em março, o grupo já seja incluído na estratégia vacinal.
O prefeito de Salvador (BA), Bruno Reis, pediu apoio para que as cidades consigam adquirir vacinas. “Não queremos disputar com o governo federal, mas seria importante permitir que estados e municípios pudessem comprar para garantir a imunização”. Pazuello pediu calma e garantiu que, existindo a disponibilidade, as compras serão feitas pelo ministério: “Em termos de 15 dias vamos estar produzindo a pleno. E, produzindo a pleno, é vacina na veia todos os dias”, disse.
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