O Instituto Butantan iniciou, nesta quarta-feira (17/2), um novo braço do estudo clínico da CoronaVac. Desta vez, para avaliar se o imunizante tem capacidade de reduzir a transmissão da covid-19 quando a imunidade for adquirida por uma porcentagem significativa da população. Para isso, 30 mil moradores do município de Serrana, na região de Ribeirão Preto, em São Paulo, vão receber as duas doses da vacina.
Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, o projeto vai estudar a eficiência da vacina, buscando respostas a três questões centrais: a epidemia pode ser controlada por vacinação em massa?; a vacinação impede que o vírus seja transmitido de uma pessoa para outra?; e qual o impacto da vacinação na carga de doença, em termos de economia para o sistema de saúde?
"Pode ser que a vacina controle a doença, mas não impeça a transmissão. Portanto, ainda podemos conviver com esse vírus por muito tempo e, se provado que ela impede a transmissão, o vírus pode desaparecer", explica Covas.
As 60 mil doses necessárias para o estudo não fazem parte das 100 milhões de unidades acordadas para integrar o Programa Nacional de Imunização (PNI). A vacina será aplicada nos moradores de Serrana que se voluntariaram, recebendo a segunda dose em um intervalo de quatro semanas.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), destacou que a iniciativa é inédita. "Com a eficácia e a segurança da vacina do Butantan já comprovadas, o estudo agora vai verificar o controle da disseminação do vírus e a redução de contágio [...]. É o primeiro local do mundo a ter uma vacinação em massa, com essa circunstância de vacinação", disse.
Somente a população cadastrada — maiores de 18 anos e não gestantes ou lactantes — está apta a participar. Serão quatro grandes grupos populacionais identificados pelas cores verde, amarela, azul e cinza. Os moradores do grupo verde serão os primeiros a receber o imunizante. O estudo fará uma série de comparações entre cada grupo antes e depois da vacinação.
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