Covid-19

Em São Paulo, turismo cai no carnaval, mas praias ficam cheias

Todas as praias estão liberadas, com restrições e cada cidade determina suas regras

Agência Estado
postado em 13/02/2021 18:08 / atualizado em 13/02/2021 18:11
 (crédito: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas)
(crédito: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas)
Mesmo com o cancelamento do ponto facultativo de carnaval no Estado de São Paulo e a adoção de regras para banhistas e comerciantes para conter a pandemia, as praias do litoral paulista registraram grande movimento neste sábado. As do Guarujá, por exemplo, estiveram cheias mesmo neste sábado com o tempo nublado.
O movimento, no entanto, é menor do que no ano passado. De acordo com a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, cerca de 151 mil carros viajaram em direção ao litoral desde quinta-feira, 11. Em 2020, o número foi de 360 mil veículos no período.
Para conter a transmissão do novo coronavírus, Santos, Guarujá e São Vicente montaram barreiras sanitárias nos principais acessos. Santos informou que duas vans de turismo foram barradas na entrada da cidade, na Avenida Martins Fontes.
Na Praia da Enseada, uma das mais movimentadas do Guarujá, o analista de Sistemas Diego Ribeiro, de 34 anos, decidiu manter a viagem com a família decidida no início do ano, pois a empresa em que trabalha, do setor de alimentação, só vai retomar as atividades na quarta-feira. Também ajudou o desconto de 30% oferecido pelo hotel à beira-mar. "Sem desfiles de blocos ou escolas de samba, a única diversão é viajar", diz.
A falta de eventos em São Paulo também motivou a viagem da família do engenheiro Carlos Camargo, de 54 anos. "Eu volto para trabalhar segunda e a família continua na praia. Depois de um ano de pandemia, a gente precisa ter alguns momentos de lazer. É preciso respirar."
Do outro lado do balcão, o cancelamento do carnaval frustrou os comerciantes. Com uma caixa de isopor ainda cheia de batidas naturais no início da tarde na Praia de Pitangueiras, a ambulante Tamires Barbosa, de 40 anos, apostava no carnaval para equilibrar a renda enquanto aguarda a definição do pagamento das novas parcelas do auxílio emergencial. Divorciada, foi com esse dinheiro que ela equilibrou o sustento dos filhos de 2 e 4 anos. "A gente que depende do trabalho informal está sofrendo muito na pandemia. Sem carnaval, a luta vai continuar, não sei de que jeito."

Restrições

Todas as praias estão liberadas, com restrições. E cada cidade determina suas regras. Em Santos, vale a proibição do uso de guarda-sóis, esteiras, tendas e barracas por banhistas. Só são permitidos esportes individuais, com uso da máscara facial. Já a prefeitura de Mongaguá orienta os veranistas a utilizarem as praias apenas para atividade física. Em São Vicente, a Secretaria de Trânsito e Transportes já orienta os motoristas sobre as medidas necessárias.
Mas nem sempre as regras são obedecidas. No Guarujá, cada quiosque pode oferecer dez guarda-sóis, com duas cadeiras cada. Mas os comerciantes tiveram dificuldade para controlar. O limite de guarda-sóis foi respeitado, mas não o número de pessoas em cada um. O uso de máscara se tornou raridade nas areias. "Se chega uma família com quatro pessoas, eu não tenho condições de separar", defende-se Valdomiro Costa, dono de um quiosque.
Havia aglomeração também dos que traziam os próprios guarda-sóis. Uma família vinda de Santo André, no ABC, chegou com o item de proteção à Praia de Pitangueiras no fim da manhã. Eram seis pessoas. Todos se sentaram, abriram um cooler de bebidas e se acomodaram.
 

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