O Brasil contabiliza 4.321.678 milhões de pessoas vacinadas contra a Covid-19, cerca de 2,04% da população brasileira. O número de vacinados com a segunda dose é de pouco mais de 80.507 pessoas (0,04% da população). No entanto, algumas regiões do Brasil enfrentam a falta do imunizante. A cidade de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, é um dos exemplos. As doses em estoque na cidade são suficientes somente até sábado (13), com a aplicação da segunda dose assegurada para as pessoas que já foram imunizadas. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), informou que espera a chegada de novas doses a partir da próxima semana. “Caso essa entrega não aconteça, o calendário será interrompido”, informa o comunicado.
Apesar da situação, segundo o vacinômetro do estado do Rio de Janeiro, o número de imunizados do estado é de 336.508 mil pessoas. Em relação a São Gonçalo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que iniciou, nesta semana, a entrega da nova remessa da vacina CoronaVac, o total de 131.110 doses para os 92 municípios do estado. Na última terça-feira (08/02), segundo a nota, foram enviadas as vacinas destinadas para Niterói e São Gonçalo, por meio de caminhões. A entrega para as demais regiões está prevista até o fim desta semana por meio de helicópteros.
Segundo o governo federal, a expectativa é de que sejam entregues 354 milhões de doses ao longo de 2021. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que firmou parceria com a farmacêutica AstraZeneca, prevê a entrega de 102,4 milhões de doses até julho e 110 milhões no segundo semestre. Já a parceria entre o Instituto Butantan e a Sinovac estabelece a entrega de 46 milhões de doses no primeiro semestre e 54 milhões no segundo.
A Covax Facility, uma coalizão de mais de 150 países criada para impulsionar o desenvolvimento e a distribuição das vacinas contra a Covid-19, iniciativa liderada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), deve entregar 42,5 milhões de doses, sem um cronograma determinado. Segundo as informações do Ministério da Saúde, os 10 laboratórios que produzem a Covax Facility negociam o cronograma de entrega com o consórcio.
Melhor eficácia
O infectologista e chefe da Comissão de Controle de Infecção do Hospital Santa Lúcia, Werciley Júnior, explica que a vacinação é o método preventivo de maior eficácia, mas destaca que o distanciamento social e o uso de máscaras ainda são necessários. “A vacinação é um alento para termos uma margem de segurança, mas isso é ainda um começo e a população precisa entender que pelo menos 60% das pessoas precisam ser vacinadas para alcançarmos uma segurança real”, esclareceu.
Sobre o recorte atual de vacinação, a infectologista Ana Helena Germoglio explicou que a ação é importante para organizar o processo. “A vacina foi desenvolvida principalmente porque temos um grupo de risco que precisa do imunizante. Isso faz parte da política pública e da organização, caso contrário seria um grande caos nos locais de atendimento sem essa definição de público”.
Para Ana Helena Germoglio, é primordial que o governo trabalhe a logística de vacinação da população elegível e amplie as equipes vacinadoras, a fim de capilarizar o atendimento e evitar possíveis aglomerações. “O cuidado com essa parcela da população idosa é essencial devido a sua vulnerabilidade. É um grupo extremamente sensível, e que precisa desse amparo rápido. E justamente para auxiliar esse grupo e não agravar o número de casos, as pessoas precisam entender que a pandemia ainda está longe de acabar”, finaliza a infectologista.
Novas doses
Na última quarta-feira (10/02), o Brasil recebeu 5,6 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), como parte do segundo lote do ano de matéria-prima para a produção nacional da vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan com a biofarmacêutica Sinovac, a CoronaVac. A carga desembarcou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, às 7h20.
Os insumos vão permitir a produção de 8,7 milhões de doses. A última remessa foi entregue ao Butantan no dia 4 e possibilitou a fabricação de 8,6 milhões de doses. Esse lote será encaminhado ao governo federal no fim do mês. Após a produção, as vacinas passam por inspeção de controle de qualidade até que sejam liberadas para uso na campanha de imunização do SUS (Sistema Único de Saúde). O Instituto Butantan também já solicitou nova remessa de 8 mil litros de IFA.
No estado de São Paulo, a vacinação ocorre em 642 cidades, com 321.454 pessoas vacinadas na capital. Já o total de vacinados de todo o estado é de 1.208 983 milhão de pessoas.
Outros estados
Em Minas Gerais, o total de doses aplicadas, segundo vacinômetro do estado, é de 354.787, na primeira dose, e 60.982 aplicações de segunda dose. Cerca de 5.809 indígenas também foram vacinados. Minas já recebeu 1.171.180 milhões de doses, e encaminhou 1.168.060 doses para as Unidades Regionais de Saúde (URS).
No Acre, no começo desta semana, chegaram mais de 6,4 mil unidades da vacina CoronaVac. O estado vai iniciar a vacinação de 1.871 idosos acima de 90 anos e cerca de 1.340 trabalhadores da saúde com a primeira e a segunda dose da vacina. Segundo os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Saúde do Acre, foram destinados para Rio Branco, a capital do estado, 880 doses, para o público idoso; e 700 doses para os trabalhadores de saúde.
Já o Distrito Federal já recebeu três remessas da vacina CoronaVac, no total de 162.560 doses. Da vacina Covishield, desenvolvida pela universidade inglesa de Oxford em parceria com a farmacêutica sueco-britânica AstraZeneca, foram recebidas 41,5 mil doses. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) esclarece que cerca de 5% das doses são reservadas tecnicamente para repor eventuais perdas, além de explicar que, devido às doses da vacina CoronaVac terem intervalo de aplicação entre 14 e 28 dias, metade das doses recebidas são reservadas para a segunda aplicação.
No DF, 106.990 pessoas já receberam a 1° dose da vacina e 4.565 foram vacinadas com a 2° dose.
*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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