Greve dos caminhoneiros

Mesmo sem consenso, caminhoneiros provocam congestionamentos pelo país

Categoria luta contra aumento do diesel. Há registros de interrupção de fluxo em Goiás e na Bahia. Caminhoneiros do Porto de Santos optaram por não aderir ao movimento

Edis Henrique Peres*
Carinne Souza*
postado em 01/02/2021 16:27
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

Apesar de não ser consenso entre a categoria, o dia marcado para greve e paralisações por parte dos caminhoneiros tem sido de congestionamento em algumas regiões do Brasil. Os profissionais lutam contra a alta de preços do combustível e também contra a política de paridade com os preços internacionais da Petrobras.

No fim de janeiro (27/1), o diesel sofreu reajuste de 4,4%, no primeiro aumento do ano. Já a gasolina teve alta acumulada em 13,4% desde o começo de 2021. Além disso, os caminhoneiros questionam os baixos preços dos fretes e pedem melhores condições de trabalho, com alterações nas regras de jornada e aposentadoria especial.

Situação atual

O Ministério da Infraestrutura (Minfra) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informaram, em nota, que houve tentativa de bloqueio parcial na BR-116 na Bahia, entre 13h e 15h, na altura de Itatim. Os caminhoneiros que aderiram à greve atearam fogo em pneus e abandonaram o local. Os dados divulgados no Boletim informam que a PRF já realizou a remoção do material. Apesar da tentativa, o trânsito permaneceu lento no local.

A respeito das outras rodovias federais, concedidas ou sob gestão do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a nota esclarece que as vias estão com livre fluxo de veículos, sem nenhum ponto de retenção total ou parcial.

O Minfra também informou que, entre 12h e 13h, houve tentativa de bloqueio total do quilômetro 190 da BR-060, em Goiás, próximo a Guapó. Mas ação conjunta com equipes da PRF e do Corpo de Bombeiros retirou o material e o fluxo foi liberado nos dois sentidos. 

Porto de Santos

Já os caminhoneiros do Porto de Santos decidiram não aderir à greve. Segundo Marcelo Aparecido (representante dos caminhoneiros autônomos do Porto de Santos no Fórum TRC - Fórum do Transporte Rodoviário de Cargas), a greve não visa ajudar a categoria.

"Estamos no meio de uma guerra política. Nosso entendimento é que querem usar os caminhoneiros”, afirma. Marcelo defende o diálogo com os estados para alcançar a diminuição do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e diminuir os gastos da categoria.

A preocupação com o Porto de Santos é que, em 2018, durante vários dias, o escoamento dos produtos brasileiros para o exterior foi impedido devido à greve.

O que diz o governo

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, chegou a publicar no Twitter que o Governo Federal respeita as aspirações dos caminhoneiros e que busca recursos legais para reduzir despesas que recaem sobre a categoria.

Na última semana, o presidente Jair Bolsonaro chegou a fazer um apelo na tentativa de impedir a paralisação. “Não façam isso. Todos vamos perder. Vai causar um transtorno na questão da economia, porque estamos vivendo uma época de pandemia”, pediu.

O governo chegou a aumentar de 2,34% para 2,51% os preços mínimos de frete rodoviários e zerou a tarifa de importação de pneus para transporte de cargas. Além disso, incluiu os caminhoneiros no grupo de prioridades para o recebimentos das vacinas contra o novo coronavírus.

 

*Estagiários sob a supervisão de Fernando Jordão

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