Resultados do Censo da Educação Básica, divulgados nesta sexta-feira (29/1) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram as disparidades entre a rede pública e a privada na oferta de ensino remoto, modalidade adotada no último ano para proteger alunos e professores contra a pandemia do novo coronavírus. A pesquisa levou em consideração análises realizadas até 11 de março de 2020.
De acordo com o levantamento, a conexão à internet está presente em 96,8% das escolas privadas no Brasil, mas em apenas 64,7% das unidades de ensino público municipal.
O censo ainda indicou que as redes municipais e estaduais também apresentam disparidade na disponibilidade de equipamentos.
Apenas 33,7% das escolas municipais possuem internet voltada para a aprendizagem dos alunos, enquanto esse tipo de acesso está disponível em 71,5% das escolas estaduais.
Cerca de 6% das escolas municipais possuem tablets, enquanto 12% das unidades da rede estadual disponibilizam o equipamento para os alunos. Nas redes privadas, 25% oferecem o aparelho aos estudantes. As diferenças também foram escancaradas durante o isolamento social e longe das estruturas escolares.
As diversas regiões do país também mostram resultados distintos. Sul e Centro-Oeste têm os melhores índices de acesso à internet, com 96,9% e 96,6% das estruturas, respectivamente. A Região Norte apresenta o pior resulado, com apenas 43,2% das estruturas escolares tendo disponobilidade de internet.
O acesso para uso administrativo também é restrito para algumas regiões dos país. Somente 41,2% das escolas do Norte possuem esse acesso. O segundo pior resultado ficou com o Nordeste, onde 62,8% podem contar com internet para apoio administrativo, uma diferença de mais de 20% entre as duas regiões. O melhor índice fica com o Sul, 94,4%.
Queda de matrículas
O levantamento ainda revelou queda no número de matrículas na educação infantil. Nas creches, houve um decréscimo de 6,9%, enquanto na pré-escola, a redução foi de 7,2%. No ensino fundamental, a diminição também foi grande.
Os anos de 2019 e 2020 ainda mostraram o menor número de alunos matriculados desde 2016. O último ano terminou com 11.928.415 milhões de alunos no ensino fundamental, 320 mil matrículas a menos na comparação com 2016.
*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo
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