Na data em que a cidade de São Paulo celebra seus 467 anos, o governador do estado, João Doria, aproveitou o momento para convidar ex-presidentes da República a participarem de uma manifestação em defesa da vida, tendo como foco ressaltar a importância da vacinação contra a covid-19. Diferentemente do inicialmente planejado, contudo, os convidados não receberam a dose da CoronaVac, que ainda não está sendo distribuída aos idosos.
Apesar de o governo paulista ter feito o convite a todos os ex-mandatários vivos, apenas Fernando Henrique Cardoso (89 anos) compareceu presencialmente à coletiva. José Sarney (90) e Michel Temer (80) participaram do ato virtualmente. Os três fazem parte do grupo de idosos que receberia a vacina ainda na primeira fase da campanha, a fim de servir como exemplo à população brasileira.
Como a quantidade de vacinas ainda não foi suficiente para chegar aos idosos, exceto aqueles institucionalizados, a ação não envolveu a aplicação para não furar a fila.
O alerta veio dias antes, em uma publicação da ex-presidente Dilma Rousseff (74). Pelas redes sociais, ela recusou o convite por "razões éticas e de justiça". "É inaceitável 'furar a fila', que deve ser estritamente respeitada por todos os brasileiros", justificou. No momento oportuno, no entanto, ela garantiu que irá se vacinar. "Já estou com o braço estendido para receber a CoronaVac".
Exemplo
Apesar de ainda não receberem a vacina contra a covid-19, os ex-presidentes ressaltaram a importância da imunização do maior número de pessoas. O ex-presidente Michel Temer disse que está preparado para receber a dose de uma vacina contra o novo coronavírus. “Eu estou na fila, para que quando chegue a minha vez eu possa também vacinar, o que farei com muita tranquilidade, com a certeza de que isso ajuda a preservar a nossa vida”, afirmou.
José Sarney reforçou o apelo à vida e à saúde, afirmando ser "hora de juntarmos esforços para dizer à população brasileira que colabore com as autoridades sanitárias e com os governos federal, estadual e municipal".
Questionados se este seria um ato político, em meio à condução negacionista do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, o que tem fomentado um processo de impeachment, nenhum ex-mandatário quis tecer críticas ao atual governo. "Nosso objetivo aqui não é político, mas de chamar atenção para a necessidade de união de todos para combatermos essa epidemia [...]. Estamos aqui para pedir que nos unamos, e não que nos afastemos uns dos outros", se limitou a dizer FHC.