A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) recomendou que todas as 2 milhões de doses da vacina de Oxford/ AstraZeneca sejam aplicadas de uma vez, sem guardar as doses de reforço. Isso porque, é possível aguardar 12 semanas para que a segunda dose seja aplicada. O prazo é diferente do da vacina CoronaVac, que a recomendação é de ser aplicada em até quatro semanas.
"A gente busca o intervalo ideal. Com 12 semanas seria a melhor eficácia, embora com outros intervalos também há imunização. Com a segunda dose, conseguimos prolongar a eficácia para 80%. Não sabemos ainda por quanto tempo dura a imunização, mas vamos acompanhar os voluntários por 12 meses", destacou Sue Ann Costa Clemens, coordenadora da pesquisa no Brasil em coletiva de imprensa neste sábado (23/1).
As duas milhões de doses da vacina importada do Laboratório Serum, na Índia, chegaram ao país na sexta-feira (22/1) e começaram a ser distribuídas neste sábado (23/1). Os primeiros imunizados com a vacina foram 10 profissionais de saúde na Fiocruz, já neste sábado.
Produção própria
Segundo a Fiocruz, a expectativa é que o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) chegue ao Brasil até o início de fevereiro. A Fiocruz é quem produzirá as vacinas da Oxford/ AstraZeneca no Brasil. Porém, para começar a produção, o Brasil depende desse ingrediente, que é importado da China. Segundo a presidente da fundação, Nísia Andrade, o atraso na entrega do material foi devido a um erro de classificação cometido pela AstraZeneca, mas que já foi solucionado. Ainda segundo ela, caso a importação do material demore, existe a possibilidade do Brasil comprar mais doses prontas para continuar o processo de imunização.