Planejada para ter sido concretizada neste fim de semana, a importação dos dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca com a Universidade de Oxford deve chegar ao Brasil ao longo desta semana, segundo nova previsão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. Ele deu a garantia na manhã desta segunda-feira (18/1), durante a cerimônia de envio das seis milhões de doses da CoronaVac aos estados.
Se incluídas as unidades vindas da Índia, o Brasil trabalhará, neste primeiro momento, com oito milhões de doses, capazes de imunizar cinco milhões de brasileiros. Isso porque o intervalo entre as vacinas da AstraZeneca é de até três meses, permitindo que todas as doses sejam aplicadas sem que metade fique em estoque.
"Esta semana já estamos em segundo ou terceiro (país com mais doses aplicadas) no mundo. Se chegar a nossa vacina da AstraZeneca, que está prevista para esta semana ainda, a gente já encosta no segundo", afirmou Pazuello, com a intenção de reforçar que o Brasil não está atrás dos demais países na imunização contra a covid-19, mesmo tendo começado a campanha com um mês de atraso em relação às nações que iniciaram as aplicações.
No mundo, 57 países já iniciaram o processo, segundo levantamento da plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford.
O Ministério da Saúde chegou a fretar um avião para buscar as doses na Índia, mas a aeronave não chegou a decolar. A previsão inicial era que sairia na quinta-feira (14), depois passou para sexta-feira (15), com previsão de retorno no domingo (17). Entretanto, o governo indiano não se comprometeu com uma data de envio, e o avião não chegou a decolar. O presidente Jair Bolsonaro, então, disse que a partida da aeronave deveria atrasar “dois ou três dias”.
Não há, entretanto, nova previsão para decolagem. A decisão da Índia teria se dado em função do início da imunização no país, que começou no último sábado (16). Informações do jornal The Times of India apontam que, segundo o CEO do Instituto Serum, Adar Poonawalla, de quem a Fiocruz adquiriu os imunizantes, as vacinas serão enviadas ao Brasil em duas semanas.
Pedido de registro da produção
Também esta semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pela vacina de Oxford no Brasil, pretende entrar com pedido de registro da produção. Até julho de 2021, a instituição promete entregar 100,4 milhões de doses ao Programa Nacional de Imunização (PNI), sendo a primeira entrega, de um milhão de doses, na semana de 8 a 12 de fevereiro. "Com a incorporação da tecnologia concluída, a Fiocruz terá a capacidade de produzir mais 110 milhões ao longo do segundo semestre de 2021", completa a fundação.
O Brasil também contará com produções em larga escala da CoronaVac, que teve a tecnologia incorporada pelo Instituto Butantan. O governo federal já encomendou 46 milhões de doses até abril e deixou amarrada a compra de outras 54 milhões de unidades em 2021 quando houver disponibilidade orçamentária.
"A previsão é de, até o dia 3, nós termos 2,9 milhões de doses a mais (da CoronaVac). Nossa lealdade federativa está mantida. Vamos cumprir rigorosamente o que for combinado. Em nome da nossa ética e da nossa palavra", garantiu Pazuello.
De acordo com o levantamento do Our World in Data, o Reino Unido encabeça a lista de países com maior número de aplicações até o momento: foram aproximadamente 3,86 milhões de doses. Em seguida está Israel (2,12 mi), Emirados Árabes (1,63 mi) e Itália (1,15 mi). Agora contando com o Brasil, 56 países já iniciaram as imunizações contra a covid-19.