O Ministério da Saúde pretende enviar as primeiros doses da vacina Coronavac, importadas da China pelo Instituto Butantan, às 7 horas desta segunda-feira (18/1). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou por unanimidade o uso emergencial do imunizante na tarde deste domingo (17/1).
De acordo com uma fonte ligada a cúpula do Executivo, a distribuição vai se iniciar a partir de São Paulo e Manaus deve ser a primeira capital a receber os imunizantes. Minutos depois da aprovação governador de São Paulo, João Doria, deve vacinar a primeira pessoa às 17h horas desta tarde.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, confirmou a informação antecipada pelo Correio durante entrevista coletiva. "Determinei imediatamente, após a aprovação do uso emergencial pela Anvisa, ao departamento logístico do Ministério da Saúde que faça a preparação específica dos lotes para cada estado e Distrito Federal, considerando os grupos prioritários e a proporção relativa de cada um. (...) Amanhã às 7h da manhã iniciaremos a distribuição da vacina para todos os estados com apoio do Ministério da Defesa com deslocamento aéreo", disse o general.
Apesar de indicar que já sabe quantas vacinas cada estado irá receber, Pazuello não detalhou os números na coletiva, mas disse que os mesmos serão divulgados ainda neste domingo (17/1).
A Anvisa avaliou mais cedo a aprovação do uso emergencial de duas milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, que serão importadas da Índia, e também o uso de seis milhões de doses da CoronaVac, importadas da China pelo Instituto Butantan. Com ambas aprovadas, oito milhões de doses estão à disposição do governo federal para serem incorporadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI), mas somente as doses da CoronaVac estão no Brasil.
Índia
As vacinas de Oxford, apesar de já estarem compradas pelo governo federal, ainda precisam ser importadas da Índia. Segundo Pazuello, a saída das doses da cidade indiana de Mumbai deve ocorrer de um a dois dias após o início da vacinação no país asiático, que começou no sábado (16/1).
"É muito provável que a gente consiga coordenar essa entrega agora para o começo da semana. Estamos nas negociações diplomáticas para que seja autorizada a entrega. (A vacina) Já esta comprada, com documento de exportação e importação emitido e assinado, e contratação do transporte aéreo executado", garantiu o ministro.
Risco
O general indicou que a distribuição das vacinas aos estados pode considerar ainda uma taxa de risco para que estados com maior risco por causa do novo coronavírus recebem mais doses do imunizante.
"Determinei ao secretario que incluísse uma taxa de risco dentro da proposta de distribuição para que um estado que tivesse mais risco pudesse ter algo mais de entregas e o que tivesse com menos risco pudesse ter a quantidade necessária para iniciar o trabalho. Isso pode ir mudando conforme vai mudando o risco de cada cidade", informou.
Pazuello disse que a vacinação no Brasil será igualitária e simultânea, "sem deixar nenhum brasileiro para trás" e "sem dividir o nosso país". O general confirmou que a campanha de vacinação nacional contra o novo coronavírus começará na próxima quarta-feira (20/1), às 10h.