O Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) publicou, ontem, nota na qual o órgão expressa preocupação sobre a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2020, com provas em regime presencial, mesmo com o país vivendo a segunda onda da pandemia de covid-19. As provas, que estão marcadas para o próximo domingo e o seguinte (24), têm, aproximadamente, 5,7 milhões de candidatos inscritos.
De acordo com o Consed, a nota foi emitida depois que seus representantes se reuniram com os integrantes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização do Enem. O governo, que é contra o adiamento das provas, garantiu ao Consed que os protocolos de biossegurança estabelecidos pelas autoridades sanitárias serão rigorosamente seguidos.
Assim como o Consed, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) também se manifestou pelo adiamento das provas. A solicitação, dirigida ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, argumenta que é um risco a realização das provas com a participação presencial dos alunos, no exato momento em que a crise sanitária apresenta recrudescimento.
Em vídeo, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, justifica que mais de R$ 69 milhões foram investidos em medidas de segurança sanitárias e que, por isso, está tudo “tranquilo” para a realização do Enem. “Estamos prontos. Nos preparamos para fazer essa prova em um ambiente de pandemia. Eu sei que é difícil, mas estamos seguros que podemos aplicar a prova com tranquilidade”, afirmou.
A Justiça negou o novo adiamento das provas, em 7 de janeiro, recusando ação da Defensoria Pública, que teve por base solicitação feita pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). E repassou às prefeituras a responsabilidade por garantir a segurança para o exame, que aconteceria em novembro do ano passado, mas foi adiado devido à pandemia. A decisão judicial argumentou que cada cidade deve analisar os riscos para os candidatos e que, se for o caso, as autoridades locais têm o dever de impedir a realização do Enem. Se isso acontecer, o Inep terá que reaplicar o exame.
*Estagiários sob a supervisão de Fabio Grecchi