O governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (11/1) que a operação logística montada no estado tem a capacidade de distribuir por semana até 2 milhões de doses da vacina contra covid-19 CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. O governo estadual reafirmou a intenção de dar início à imunização no dia 25 deste mês, ainda que a vacina ainda não tenha sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na operação, a administração do estado prevê 25 mil policiais para escolta das vacinas e segurança dos locais de vacinação, além de 52 mil profissionais treinados para o processo de imunização, desde preparação das salas até preenchimento de fichas de farmacovigilância.
As vacinas sairão do Instituto Butantan para um centro de logística, depois serão levadas para 200 municípios com mais de 30 mil habitantes e para 25 centros de distribuição no estado. Segundo o secretário executivo da Secretaria de Saúde de SP, Eduardo Ribeiro, a distribuição das vacinas se dará por meio de caminhões refrigerados que percorrerão 70 rotas por semana no estado. Cada um dos deslocamentos será monitorado em relação à temperatura.
Apesar de o governo de SP manter a data de imunização no estado e falar em capacidade de distribuição de 2 milhões de doses por semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse na semana passada, e tem repetido, que todas as vacinas do Butantan são do governo federal."A totalidade das vacinas produzidas pelo laboratório paulista serão adquiridas pelo governo federal e incorporadas ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19", disse.
Celeridade
Nesta segunda, em coletiva de imprensa, o governador de SP, João Doria (PSDB), voltou a pedir celeridade à Anvisa na análise das informações. “Respeito pela ciência, pelos estudos, pela Anvisa, mas respeito, sobretudo, pela vida. Não podemos nos esquecer de que o Brasil está perdendo mil vidas todos os dias. O senso de urgência, amparado pela ciência, deve prevalecer. Não é razoável que processos burocráticos, ainda que em nome da ciência, se sobreponham à vida”, afirmou.
O governador também voltou a criticar a falta de planejamento do governo federal em relação ao Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19. “Aqui, nós planejamos com antecedência, ouvindo a ciência e a medicina. (...) Vocês vão conhecer hoje, aqui, mais detalhes sobre o programa estadual de imunização de São Paulo, que está mantido, até porque não conhecemos todos os detalhes do Programa Nacional de Imunização”, disse.
A Anvisa informou, no último fim de semana, que ainda faltavam dados necessários à avaliação da Coronavac e que havia solicitado mais documentos técnicos ao Butantan. Já estão em solo brasileiro 10,8 milhões de doses da CoronaVac, aguardando autorização da Anvisa.