O Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), as duas instituições que possuem a tecnologia e a capacidade de produção de vacinas contra a covid-19, se reúnem, nesta quinta-feira (7/1), com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para detalhar os dados dos estudos clínicos, etapa que antecede a formalização do pedido de uso emergencial e de registro dos imunizantes.
Na ocasião, ambas produtoras apresentam, em reuniões separadas, o produto desenvolvido e as perspectivas para comprovação de qualidade, eficácia e segurança. "Essa iniciativa favorece o conhecimento prévio do projeto de registro do medicamento, facilitando os direcionamentos técnicos e legais, bem como a celeridade para a avaliação no Brasil", detalha a Anvisa.
O órgão regulador explica que após essa reunião de pré-submissão de pedido de uso emergencial, os laboratórios enviam o pedido oficial, que é realizado por meio do peticionamento eletrônico. Por enquanto, os dados sobre eficácia e segurança continuam sob sigilo.
O Butantan é detentor da tecnologia da vacina CoronaVac, em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Apesar de ainda não ter contrato formalizado com o Ministério da Saúde, o ministro da pasta, general Eduardo Pazuello, afirmou em pronunciamento nessa quarta-feira (6) que o governo federal conta com as 100 milhões de doses produzidas pelo instituto para incorporação ao Programa Nacional de Imunização (PNI).
“Temos hoje 354 milhões de doses de vacinas asseguradas, para 2021, sendo 254 milhões de doses pela Fiocruz em parceria com a Astrazeneca, além de 100 milhões de doses pelo Butantan em parceria com a Sinovac”, disse Pazuello.
Dificuldades
Apesar de já contar com as doses da CoronaVac, ainda na quarta (6), o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, indicou, durante a reunião do governo paulista com os prefeitos recentemente eleitos, que ainda enfrenta dificuldades para acertar as tratativas da compra da CoronaVac com o Ministério da Saúde.
“O programa estadual de imunização foi solicitado pelo governador João Doria já em setembro frente a algumas dificuldades que estamos ainda tendo, como as tratativas com o Ministério da Saúde. Dessa maneira, o governador entendia que não era justo nós continuarmos a perder vidas se a única forma de prevenir seria não só com assistência, mas através da vacinação”, afirmou.
Fiocruz
Já a vacina produzida pela Fiocruz, uma parceria com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford, já foi incorporada oficialmente pelo governo federal. A fundação aguarda a chegada de duas milhões de doses prontas do imunizante, vindos da Índia, além do princípio ativo do fármaco, para que possa envasar e entregar as doses ao Ministério da Saúde. A primeira remessa deve estar pronta entre 8 e 12 de fevereiro. A previsão é de fornecer 110,4 milhões de doses no primeiro semestre e outras 110 milhões, no segundo.