Enquanto vários países do mundo já iniciaram suas vacinações contra a covid-19 em caráter excepcional, o Brasil segue discutindo e ajustando os trâmites para entrar com o pedido de uso emergencial para aplicação das doses em grupos específicos. Nesta terça-feira (5/1), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou uma nova reunião com técnicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do laboratório AstraZeneca, a fim de alinhar as ações referentes ao imunizante desenvolvido em conjunto com a Universidade de Oxford.
Apesar dos avanços, o fato é que, no Brasil, nenhuma desenvolvedora de imunizantes entrou com o pedido de uso emergencial ou de registro da vacina. "A troca de informações deve continuar nos próximos dias", informa a Anvisa, por meio de nota oficial. A Fiocruz promete formalizar o pedido ainda esta semana, envolvendo as doses importadas do Instituto Serum da Índia, um dos centros de produção do imunizante.
Neste caso, a Anvisa precisa fazer uma análise complementar, averiguando "a comparabilidade entre a vacina do estudo clínico, que é fabricada no Reino Unido, com a vacina fabricada na Índia, bem como os dados de qualidade e condições de boas práticas de fabricação e controle", explica a agência.
A importação chegou a ser questionada após o presidente do instituto Serum, Adar Poonawalla, dizer que o governo indiano não iria permitir a exploração da vacina produzida no país. No entanto, uma negociação diplomática envolvendo o Ministério das Relações Exteriores reverteu a situação e, agora, a expectativa é que cheguem em janeiro ao Brasil duas milhões de doses da vacina de Oxford produzidas na Índia.