A diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas, Rosemary Costa Pinto, morreu, nesta sexta-feira (22/1), por complicações da covid-19.
Diagnosticada com covid-19 em 7 de janeiro, Rosemary, por um período, realizou tratamento domiciliar em isolamento social. A presidente, farmacêutica bioquímica de formação e infectologista de carreira, esteve na linha de frente no combate ao vírus desde o início da pandemia.
Em nota de pesar, o governo do Amazonas ressaltou que a especialista "foi uma das bússolas do Amazonas na interpretação dos dados da pandemia no estado". A infectologista trabalhou ativamente em todos os surtos registrados na região ao longo dos últimos 25 anos.
Perfil
Rosemary Costa Pinto era farmacêutica bioquímica de formação básica, e epidemiologista de carreira da Fundação de Vigilância em Saúde, formada pela Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Osvaldo Cruz – ENSP/Fiocruz. Foi uma das idealizadoras da FVS-AM, juntamente com um grupo técnico composto por sanitaristas, epidemiologistas e infectologistas.
Atuou como gerente de epidemiologia e como diretora de vigilância em saúde da SUSAM, assessora técnica de vigilância em saúde e diretora técnica da FVS-AM, cargo onde atuou nos últimos cinco anos.
Foi docente na cadeira de epidemiologia e saúde coletiva do curso de medicina da Universidade Nilton Lins durante 5 anos. Era membro da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e da Associação Brasileira de Profissionais de Epidemiologia de Campo (PROEPI).
Há 22 anos atuava como representante do Amazonas na Câmara Técnica de Vigilância em Saúde do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (CONASS). Com experiência no controle de surtos, epidemias e situações inusitadas.
Colapso na saúde
A situação do sistema de saúde de Manaus se deteriorou ainda mais nos últimos dias e atinge pacientes internados com covid-19 e, também, com outras doenças. De acordo com informações obtidas pela reportagem do Correio junto a fontes ligadas ao serviço de saúde, um novo plano de ação foi adotado na cidade de 2 milhões de habitantes.
Segundo as novas regras, pacientes que cheguem às unidades de saúde em estado terminal ou com situação considerada irreversível não serão mais enviados à Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A regra vale tanto para pessoas acometidas por covid-19 quanto para outras doenças, como câncer e problemas cardíacos. No interior do estado do Amazonas, a situação se repete, mas os pacientes sequer são enviados à capital.
Informações obtidas com exclusividade pelo Correio apontam que 70% das mortes na capital são de outras doenças, aceleradas em razão da ocupação de leitos e lotação dos hospitais durante a pandemia do novo coronavírus. Mesmo com o crescimento exponencial de casos em Manaus, o serviço de saúde público da cidade não acompanhou a demanda.
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