O Fórum Nacional dos Governadores propõe que o Ministério da Saúde repasse para o estado do Amazonas 5% das novas remessas de doses de vacina contra a covid-19 que chegarem ao Brasil. O restante seria rateado entre os estados. A proposta foi discutida na noite da última quinta-feira (21). De acordo com o governador do Piauí e coordenador da estratégia para vacina contra covid-19 no Fórum, Wellington Dias (PT), não houve oposição.
Segundo ele, a medida é humanitária, mas também estratégica, e recebeu apoio de técnicos do Ministério da Saúde. "Defendi uma proposta técnica apresentada, e tivemos aprovação dos governadores para que possamos, agora, na distribuição desse novo lote de vacinas, tirar uma fatia maior, algo como 5%, cerca de 300 mil doses, para viabilizar a vacinação em Manaus e nesses municípios mais afetados", afirmou.
De acordo com ele, em reunião com técnicos da pasta na noite da última quinta-feira, foi apontada a gravidade da situação em Manaus, que tem uma nova cepa do coronavírus cuja transmissibilidade é alta. "A situação é muito séria e já se espalha na região", pontuou. O governador frisou que a "situação é muito mais grave do que antes. "E o pior: o vírus começa a se espalhar, já com presença forte na divisa com o estado do Pará", disse.
Nos 5%, os governadores levaram em consideração 2 milhões de doses da vacina de Oxford/Astrazeneca que chegam ao Brasil nesta sexta-feira (22), e 4,8 milhões de doses da CoronaVac, da farmacêutica Sinovac, produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan. Então, o Amazonas ficaria com 340 mil doses. No caso das primeiras 6 milhões de doses da CoronaVac, já distribuídas, o Amazonas ficou com 282.320, o que representa 4,71% do total — ou seja, o percentual agora seria um pouco maior.
O instituto Butantan entrou com o pedido de uso emergencial do novo lote junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que irá analisar a requisição nesta sexta-feira à tarde. O diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que essas doses já estão disponíveis.
Wellington Dias afirmou que a proposta, que recebeu o apoio de todos os governadores, "é uma ação não só humanitária, mas tecnicamente estratégica para evitar a propagação do vírus. "Controlando, por exemplo, em Manaus, estamos controlando também no Brasil. A aprovação é um gesto importante do Fórum e apoiado pelo Ministério da Saúde", pontuou.
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